“Mudar o Infarmed para o Porto é possível, não traz impacto nenhum ao funcionamento”, garantiu António Araújo, depois de a presidente da instituição ter afirmado que uma eventual deslocalização da autoridade do medicamento português de Lisboa para o Porto pode ser uma “ameaça à saúde pública” em Portugal e também no mundo.
Ouvida hoje na comissão parlamentar de Saúde, a propósito de uma eventual deslocalização da autoridade do medicamento português de Lisboa para o Porto, anunciada pelo ministro da Saúde, Maria do Céu Machado deixou também duras críticas a um relatório pedido pelo Governo, que considerou superficial e opinativo.
Hoje, no parlamento, a responsável do Infarmed criticou duramente o documento, disse não entender os benefícios da deslocalização e alertou para perigos para a saúde pública, para custos e para perda de credibilidade do Infarmed e de Portugal.
“O Infarmed e a presidente portaram-se menos bem relativamente à comissão de avaliação da deslocalização para o Porto. Cederam os dados [para o relatório] após muita pressão. Tentaram obstaculizar o relatório”, replicou António Araújo, considerando “superficiais e opinativas” as críticas de Maria do Céu Machado.
Para o presidente da Secção Regional do Norte da Ordem dos Médicos (SRNOM), a deslocalização deve ser feita de forma faseada e ponderada e acautelando os contratos com os funcionários, mas esta transferência “não irá em nada colocar em causa o funcionamento” do Infarmed, já que em causa estão “procedimentos administrativos que podem ser feitos em Lisboa ou no Porto”.
“A mudança de pessoas e processos administrativos não tem impacto nenhum”, garantiu António Araújo, considerando “gratuitas” as afirmações de hoje da presidente do Infarmed.
O responsável disse mesmo que “a instituição e a presidente estiveram sempre de má fé”, no processo.
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