Na agenda das negociações vão estar “três pontos fundamentais”, sublinhou a Aliança Cívica pela Justiça e a Democracia, em comunicado.
O primeiro será a “libertação dos presos políticos e a restauração das liberdades, direitos e garantias estabelecidas na Constituição”.
“A liberdade [dos mais de 700 presos político] é uma prioridade das negociações”, frisou.
Os dois outros pontos têm como pano de fundo reformas eleitorais que garantam “eleições justas, livres e transparentes”.
Na quinta-feira, o chefe de Estado, Daniel Ortega, apelou ao diálogo com a oposição, suspenso há meses, numa tentativa de pôr fim à crise sociopolítica, que deixou, desde abril passado, centenas de mortos e milhares no exílio.
A Aliança Cívica admitiu assumir o desafio “por uma Nicarágua com justiça e democracia” e disse confiar que está “prestes a iniciar uma negociação inclusiva, séria, franca e informada”.
O diálogo entre o Governo sandinista e a oposição, mediado pela Conferência Episcopal Nicaraguense, arrancou em maio passado, mas foi abandonado unilateralmente por Ortega, em julho.
A Nicarágua é, desde 18 de abril, palco de manifestações e confrontos violentos.
Os manifestantes acusam Ortega e a mulher e vice-Presidente nicaraguense, Rosario Murillo, de abuso de poder e de corrupção. Ortega está no poder desde 2007, após um primeiro mandato de 1979 a 1990.
De acordo com organizações humanitárias, a crise no país já causou entre 325 e 561 mortos, centenas de desaparecidos, milhares de feridos e obrigou dezenas de milhares ao exílio.
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