À entrada para o terceiro dia de interrogatório da fase de instrução da operação marquês, na qual é acusado de crimes económicos, Sócrates parou para falar aos jornalistas e criticar a postura do procurador Rosário Teixeira.
"Hoje reparei numa declaração do senhor procurador que dizia que no final se faziam as contas. Considero-a completamente infeliz e imprópria", afirmou.
O antigo primeiro-ministro vincou que a frase do procurador do Ministério Público que liderou a investigação "é muito reveladora daquilo que esteve sempre na base deste processo”.
Isto é "uma motivação pessoal”, concluiu Sócrates.
Na terça-feira, o procurador Rosário Teixeira disse a alguns jornalistas que Sócrates pode dizer o que entender nesta fase processual porque no final é que se fazem as contas, respondendo ao facto de o ex-governante ter apelidado a acusação de "delirante".
Sócrates lamentou a declaração do procurador e hoje disse que espera que ele se retrate e a rectifique.
Rosário Teixeira, à entrada para o tribunal não se furtou a falar aos jornalistas para dizer que não atacou ninguém, que "é uma invenção" e que não falou em "ajuste de contas".
"Esta é a fase da defesa, os arguidos podem dizer o que quiserem e as contas fazem-se no final depois de apreciada toda a prova" afirmou.
O procurador lembrou que o papel do Ministério Público é "sustentar a prova e fazer a leitura dos indícios de forma a construir uma acusação".
(Notícia atualizada às 14h54)
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