O partido Reagrupamento Nacional (RN) convocou uma manifestação às 13h00 (14h00 em Lisboa) em Les Invalides, o emblemático edifício parisiense que abriga o túmulo de Napoleão.

O protesto surge na sequência da condenação, na segunda-feira, de sua líder, Marine Le Pen, por desvio de fundos públicos quando era deputada ao Parlamento Europeu.

A condenação representou um "terremoto político" na França, segundo a imprensa, sobretudo quando a líder de 56 anos aparecia forte nas sondagens presidenciais.

Dois outros protestos acontecerão simultaneamente. O primeiro foi convocado pelo partido de esquerda radical A França Insubmissa (LFI) e por ambientalistas na Place de la République, na capital francesa.

O segundo, planeado há meses, em Saint-Denis, a norte de Paris, organizado pelo partido centrista Renascença, próximo ao campo presidencial.

O Tribunal Penal de Paris condenou Le Pen a cinco anos de inabilitação imediata e a dois de prisão, que poderá cumprir em regime domiciliar com pulseira eletrónica.

A Justiça condenou o partido e outras 24 pessoas por pagarem com o dinheiro do Parlamento Europeu  a funcionários entre 2004 e 2016.

A execução imediata da inelegibilidade elimina a ambição presidencial, após as derrotas em 2017 e em 2022 na segunda turno para Macron.

A líder parlamentar do RN, que sempre defendeu a inocência, enfatizou este domingo que desafiaria a decisão por via "democrática" e "pacificamente", citando a luta pelos direitos civis do reverendo Martin Luther King Jr nos Estados Unidos.

"Seguiremos o exemplo de Martin Luther King, que defendeu os direitos civis" porque "são os direitos civis dos franceses que estão a ser questionados hoje", disse a deputada por videoconferência, dirigindo-se aos congressistas da Liga Italiana, o partido anti-imigração de Matteo Salvini, reunidos em Florença.