“Posso-lhe garantir que nunca subornei ninguém em toda a minha vida e já lá vão 73 anos e já foi dito também pelos meus advogados que não cometi nenhum crime. Portanto, quando a investigação chegar ao fim, tenho a certeza que serei ilibado dessa monstruosidade”, disse aos jornalistas quando questionado sobre a acusação no âmbito da Operação Marquês, que tem como principal arguido o ex-primeiro ministro José Sócrates.
Ricardo Salgado falava à saída de uma audiência do julgamento do pedido de impugnação da contraordenação de 4 milhões de euros que lhe foi aplicada pelo Banco de Portugal (BdP) por comercialização de título de dívida da Espírito Santo Internacional (ESI) junto de clientes do Banco Espírito Santo (BES), que decorre no Tribunal da Concorrência, Regulação e Supervisão (TCRS), em Santarém, e no âmbito do qual prestará declarações hoje à tarde.
O antigo banqueiro afirmou que o arresto da sua pensão está a ter um “impacto tremendo” na sua vida e que está a tentar adaptar-se a essa situação.
“Descontei toda a minha vida de banqueiro com um montante de capital muito elevado e agora fiquei praticamente com o correspondente a dois salários mínimos”, afirmou.
Ricardo Salgado declarou que a análise ao processo de investigação da Operação Marquês, que culminou com a acusação de que foi o principal corruptor de José Sócrates, está ainda no início, mas que está “perfeitamente de consciência tranquila”.
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