Questionado pelos jornalistas sobre a acusação a José Sócrates, no âmbito da ‘Operação Marquês', num total de 31 crimes, o ministro disse ver "com muita tranquilidade".
"O que era essencial era que a acusação se fizesse no lugar próprio e através dos órgãos próprios, não nos jornais, nas televisões ou nas rádios, não através de fugas de informação, mas que se conhecesse qual é a acusação, os factos em que se fundamenta para também conhecermos qual é a defesa e depois o tribunal julgará. É assim que acontece num Estado de direito", afirmou, falando à margem da visita dos reis holandeses à Universidade de Lisboa, durante uma visita oficial de três dias a Portugal.
Santos Silva, que foi ministro da Defesa e dos Assuntos Parlamentares nos dois governos liderados por José Sócrates, disse ainda que, "como amigo" do antigo primeiro-ministro, aguarda "com toda a serenidade, quer o texto da acusação", que disse ainda desconhecer, "quer a defesa, porque é isso que faz funcionar o Estado de direito: que as pessoas sejam acusadas nos lugares próprios e que se possam defender".
Questionado se a acusação foi demorada, Santos Silva apenas respondeu: "Como ministro dos Negócios Estrangeiros, não tenho mais nada a dizer".
O Ministério Público acusou hoje José Sócrates pela prática de três crimes de corrupção passiva de titular de cargo político, 16 de branqueamento de capitais, nove de falsificação de documentos e três de fraude fiscal qualificada, na ‘Operação Marquês'.
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