"Somente a insensibilidade de uma resposta política austeritária, por um lado, e o egoísmo taticista partidário, impróprio destes tempos, por outro, podem explicar que outros se juntem à direita votando contra este orçamento, declarou José Luís Carneiro no discurso que proferiu no primeiro de dois dias de debate parlamentar na generalidade da proposta do Governo de Orçamento do Estado para 2021.
No seu discurso, o secretário-geral adjunto do PS deixou uma nota para salientar a abertura negocial dos socialistas em relação ao processo orçamental na especialidade e fez a defesa da dos principais objetivos inerentes à proposta orçamental do executivo socialista.
"Este é um orçamento de responsabilidade para com a saúde pública, para com os mais frágeis social e economicamente, para com as famílias e para com o emprego e para com as empresas. E há duas garantias que queremos deixar: Primeiro, da abertura para o aperfeiçoamento desta proposta na especialidade; segundo, de que o PS estará sempre com os portugueses, nos bons e nos maus momentos, sempre com lealdade", declarou José Luís Carneiro.
José Luís Carneiro considerou depois "inaceitável politicamente, por ser falso, o voto contra este Orçamento por ele não apoiar as famílias, inclusivamente as classes médias, e por não dar estímulos às micro, pequenas e médias empresas".
"Este é também, e ainda, um Orçamento de responsabilidade direta para com as empresas porque elimina o agravamento das tributações autónomas e comporta medidas como o Crédito Fiscal Extraordinário ao Investimento, as garantias públicas às linhas de crédito e os seguros de crédito à exportação. E devemos sublinhar, a medida que permite recuperar os prejuízos fiscais de 2020 e 2021 em sede de IRC nos próximos doze anos", disse, numa resposta a argumentos invocados pelo PSD.
Em relação ao Bloco de Esquerda, embora sem citar esta força politica, o "número dois" da direção dos socialistas defendeu que, no que respeita ao emprego, o Orçamento "prevê um aumento muito significativo do investimento público nos transportes e na mobilidade, nos sistemas de educação, formação e qualificação, na política pública de habitação e na modernização do estado".
"Por ser falso, é politicamente inaceitável que se vote contra este orçamento por não contemplar medidas de apoio às empresas e ao emprego. Não se pode negar o que está à vista de todos: Este é um orçamento da esquerda responsável, que protege as pessoas, as famílias e as empresas", sustentou.
A alternativa à orientação da proposta do Governo de Orçamento, segundo José Luís Carneiro, até "existe e já foi expressa pelo PSD".
"Seria voltar à velha e gasta receita da austeridade", acrescentou, antes de o dirigente do PSD André Coelho Lima contrapor que esta proposta de Orçamento não é responsável perante as empresas e em relação ao crescimento económico.
"O PS está à espera do dinheiro que vem de fora para resolver aquilo que tem de fazer cá dentro. Este Orçamento devia não só ter políticas de manutenção de emprego, mas também possuir medidas para a criação de emprego", declarou André Coelho Lima.
José Luís Carneiro, contrapôs, que o deputado do PSD não esteve atento à sua intervenção, porque falou no crescimento das exportações e nas medidas orçamentais para as empresas.
Depois, o secretário-geral adjunto do PS passou ao contra-ataque: "O presidente do PSD disse que as exportações devem atingir 50% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2023. Como é que isso vai ser possível? Dessa resposta depende a credibilidade da proposta que o PSD apresenta aos portugueses", declarou o "número dois" da direção dos socialistas.
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