"Foi assim no alargamento do ‘lay-off' para os sócios-gerentes, no vale tecnológico para apoiar as famílias no ensino à distância, e na retenção de IRS que se prepara para fazer no próximo orçamento de Estado e que o CDS já propõe desde março para criar mais rendimento disponível para as famílias", disse o dirigente, em Coimbra, na tomada de posse da nova comissão política distrital dos centristas.
Num discurso maioritariamente virado para o interior do partido, em que realçou os valores democratas-cristãos, Francisco Rodrigues dos Santos disse que o "Governo chega sempre tarde e a más horas na implementação de medidas que ajudem os portugueses".
"Da nossa parte, não temos problema nenhum que copiem as nossas propostas, só sugerimos que identifiquem a fonte e respeitem os direitos de autor", sublinhou o líder do CDS-PP, salientando que relativamente às propostas apresentadas o partido primeiro "estranha e depois entranha".
Na Guarda, o chefe do Governo português confirmou hoje que uma das medidas que a proposta de Orçamento prevê será uma redução da taxa de retenção na fonte de IRS para todos os trabalhadores, em 2021, de forma a aumentar o salário recebido no final do mês.
O presidente dos centristas anunciou ainda que vai apresentar uma proposta no âmbito do Orçamento de Estado para que a administração pública efetue o levantamento de "todas as taxas e taxinhas que são praticadas, que de acordo com a Confederação da Empresarial de Portugal (CIP) são mais de 4.300".
"É aquilo que eu chamo um verdadeiro bombardeamento de impostos sobre as nossas empresas que está a afogar e a matar a nossa economia", disse Francisco Rodrigues dos Santos, salientando que é necessário analisar através do Parlamento quais são as taxas que é preciso eliminar para criar mais justiça fiscal e equidade".
Segundo o dirigente democrata-cristão, "precisamos que Portugal não continue a jogar a Liga dos Campeões na criação de impostos e a Liga dos Últimos na captação de investimento e criação de riqueza em Portugal".
Sobre o Orçamento para 2021, Francisco Rodrigues dos Santos salientou que o Governo se prepara para "servir os restos de ontem, a receita de ontem, com mais do mesmo com os mesmos, aplicando exatamente a mesma receita: mais funcionários públicos, mais obras públicas e, no fundo, mais investimento público à socialista".
"Nós não queremos esse caminho, afirmámos com toda a convicção que era importante apostar na iniciativa privada, numa descida transversal de impostos para as famílias e para as empresas, captar investimento e criar bons serviços públicos, nomeadamente aqueles que num tempo de pandemia são mais solicitados, como é o caso da saúde, e um reforço dos mecanismos de transparência e fiscalização para evitar o assalto aos dinheiros públicos que está a ser feito neste momento em Portugal", frisou.
O presidente do CDS-PP criticou ainda a iniciativa no sentido de criar 600 novas freguesias em Portugal, considerando-a "um laivo do mais profundo eleitoralismo perverso".
"Depois do assalto aos fundos europeus, de cobrarem mais de 4.300 taxas, depois da substituição do presidente do Tribunal de Contas, de mudarem as regras da contratação pública, querem colocar os portugueses a pagar milhares de tachos e tachinhos para os amigos e para as clientelas de quem está no bloco central de influências", concluiu Francisco Rodrigues dos Santos.
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