Uma fonte oficial dos talibãs disse à agência France-Presse que Baradar irá encontrar-se em Cabul com “líderes e políticos jihadistas para estabelecer um governo inclusivo”.
Baradar regressou ao Afeganistão na terça-feira, dois dias após os talibãs terem assumido o poder em Cabul.
O cofundador dos talibãs estava no Qatar, onde chefiou o gabinete político do movimento e conduziu as negociações com os Estados Unidos que levaram à retirada das forças estrangeiras do Afeganistão.
No regresso ao Afeganistão, Baradar aterrou na cidade de Kandahar (Sul), que foi o epicentro do poder talibã quando o movimento xiita radial esteve no poder pela primeira vez, entre 1996 e 2001.
Situada a cerca de 500 quilómetros a sudoeste de Cabul, Kandahar é a segunda maior cidade do Afeganistão.
Foi na província com o mesmo nome que o movimento talibã nasceu no início da década de 1990.
Abdul Ghani Baradar, 53 anos, é o cofundador dos talibãs juntamente com Mohammed Omar, que morreu em 2013, mas cuja morte foi escondida durante dois anos.
Como muitos afegãos, a vida de Baradar foi marcada pela invasão soviética em 1979, que o transformou num ‘mujahid’ (combatente).
Em 2001, após a intervenção dos EUA e a queda do regime talibã, terá feito parte de um pequeno grupo de insurgentes prontos para um acordo com administração de Cabul, uma iniciativa sem resultados, segundo a AFP.
Baradar era o líder militar dos talibãs quando foi preso em 2010, em Carachi, Paquistão, tendo sido libertado em 2018.
O movimento talibã é liderado atualmente por Haibatullah Akhundzada.
Os talibãs assumiram o poder no Afeganistão com a conquista de Cabul, há uma semana, após um ofensiva intensificada em maio, que coincidiu com o início da retirada das forças internacionais do país, após 20 anos.
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