Os migrantes e refugiados disseram a representantes do Alto Comissariado da ONU para os Refugiados (HCR) e à Organização Internacional para as Migrações (OIM) que partiram na sexta-feira de Sabratah, 70 quilómetros a oeste de Tripoli, numa embarcação que transportava 130 pessoas.
No final da tarde, depararam com um pequeno barco quase submerso, ao qual se seguravam quatro homens, que foram recolhidos.
Estes sobreviventes, naturais da Nigéria, contaram que tinham deixado Tripoli algumas horas antes com outras 156 pessoas, incluindo numerosas mulheres e crianças, que desapareceram no mar.
A primeira embarcação foi de seguida socorrida, na noite de sexta-feira para sábado, pelo navio Diciotti, da guarda-costeira italiana, que desembarcaram um total de 952 migrantes na segunda-feira em Tarante, sul da Itália.
Hoje, a guarda-costeira italiana anunciou ter coordenado a operação de socorro de cerca de 1.000 migrantes nas águas internacionais ao largo da Líbia. A bordo de seis barcos pneumáticos e duas barcaças, foram recuperados pelos navios das organizações não governamentais (ONG) Save the Children, SOS Méditerranée e Jugend Rettet.
Segundo esta última ONG, alemã, as equipas ocupadas em socorrer os passageiros de um dos barcos, testemunharam vários disparos provenientes de um navio pertencente à guarda-costeira da Líbia, e dirigidos a outras embarcações que se encontravam em águas territoriais líbias.
A Itália e a União Europeia (UE) comprometeram-se a dar formação e equipar os guarda-costas líbios para socorrer ou intercetar migrantes nas águas líbias. No entanto, estes migrantes são frequentemente reconduzidos para “campos” onde são vítimas de extorsões e violências.
A OIM referiu hoje que cerca de 60.000 migrantes e potenciais refugiados chegaram em 2017 à Europa através do Mediterrâneo, e com um registo de 1.300 mortes em naufrágios.
Estas mortes foram contabilizadas entre 1 de janeiro e 22 de maio, precisou em comunicado a agência das Nações Unidas.
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