António Costa falava aos jornalistas antes de viajar entre São Paulo e o Rio de Janeiro no novo avião que deverá ser adquirido pelo Estado Português, o KC390, da Embraer, no qual a indústria portuguesa aeronáutica participou, em cooperação com o Brasil, a Argentina e a República Checa.
De acordo com estimativas do executivo português, se este modelo da Embraer só vender 120 aviões nos próximos 20 anos – isto numa perspetiva muito pessimista -, mesmo assim o retorno financeiro para as empresas nacionais de Évora e de Alverca seria na ordem de 720 milhões euros.
“Este projeto KC390 é simbólico do que devem ser as nossas relações futuras entre Portugal e o Brasil, não apenas assentes na língua e na saudade, mas também na ambição e na capacidade das nossas engenharias e tecnologias serem capazes de fazer algo novo”, sustentou o líder do executivo português antes de partir no novo avião militar do aeroporto de Guarulhos.
De acordo com o primeiro-ministro, o KC390, como avião de uso civil e militar, que progressivamente substituirá os C130, “é o primeiro produto dessa cooperação” luso-brasileira em setores industriais de ponta.
“Vamos ter hoje a oportunidade de voar num avião em que componentes essenciais, desde logo a sua fuselagem, foram produzidos em Évora e em Alverca. Tal significa a capacidade que a nossas indústrias apresentam no presente”, acrescentou.
Antes, o presidente da Embraer, Paulo César Silva, classificou como “muito importante” a atual parceria entre Portugal e o Brasil ao nível da aviação.
“Esta é uma parceria efetiva”, disse, com o presidente do setor de Defesa da Embraer, Jackson Schneider, a destacar o avanço ao nível da cooperação, “não só na parte industrial, mas também ao nível da engenharia”.
“Este é o primeiro voo que vai abrir espaço para muitos outros”, acrescentou.
De acordo com dados desta multinacional brasileira, desde 2004, a Embraer em Portugal já fez um investimento de mais de 300 milhões de euros.
“A Embraer já criou em Portugal 2.200 empregos diretos e, em conjunto com as OGMA (Oficinas Gerais de Material Aeronáutico), exportou produtos no valor de 300 milhões de euros ao ano”, lê-se num comunicado da multinacional brasileira.
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