O primeiro-ministro começou por saudar a reeleição de Aguiar Branco, eleito "com amplo consenso", e disse esperar que este seja "o prenúncio de muitos outros consensos que venham a ser alcançados" na Assembleia da República.

No discurso da abertura da apresentação do programa do Governo, Luís Montenegro afirmou que "o povo decidiu que é este o governo que quer".

“Dizemo-lo sem qualquer arrogância. Fá-lo-emos com humildade democrática e motivação para o diálogo construtivo”, disse.

O primeiro-ministro reafirmou que a estabilidade política é uma tarefa de todos e que este é um Governo que quer trabalhar durante os próximos quatro anos. Lembrou ainda que cabe às oposições "corresponder com igual humildade, espírito de diálogo e coragem para colaborar”.

“Este Governo está aqui para cumprir a legislatura de quatro anos. Só não terá essa duração se os dois maiores partidos da oposição assumirem entre si uma coligação deliberada, ativa e cúmplice politicamente”, disse.

Luís Montenegro atribuiu a "estabilidade social" às conquistas da recuperação dos rendimentos e da estabilização das carreiras da administração pública.

O primeiro-ministro assumiu que o programa do Governo tem “um rumo claro” de “resolver os problemas dos portugueses e transformar Portugal”.

Para “transformar Portugal”, pretende “ter uma administração pública moderna, focada em servir cidadãos e empresas com rapidez e eficácia”.

Reforçou também a ideia de “não deixar ninguém para trás”, com medidas como o combate à pobreza e “chagas sociais como violência doméstica, sinistralidade rodoviária e pessoas sem abrigo”.

Luís Montenegro falou ainda nos idosos, que devem ser compensados, e nos jovens, que devem sentir que vale a pena fica.

Tocando também no tema da imigração, disse que o novo Governo quer "por fim ao descontrolo migratório que encontrámos há um ano” com um “controlo adequado e controlo digno e humanista”.

O primeiro-ministro declarou "guerra à burocracia", que diz comprometer o interesse público e fomentar a inércia.

"Não se trata de reduzir o Estado, mas restaurar a sua eficácia e devolver-lhe a sua autoridade", disse.

Luís Montenegro garante que nas próximas semanas será concretizada a redução de 500 milhões no IRS: "“Vai operar até ao oitavo escalão, beneficiando sobretudo a classe média”.

Para reforçar a segurança interna, diz que até ao final do ano, prevê a contratação de cerca de 1500 agentes, oficiais, sargentos e chefes na GNR e na PSP.

O Governo vai ainda apresentar uma proposta de alteração da lei de estrangeiros, para a limitação do acesso a reagrupamento familiar, a simplificação dos processos de repatriamento, e voltará a propor a criação de uma unidade de estrangeiros e fronteiras na PSP, tal como consta no programa do Governo.

Encerrou o discurso ao recordar os incêndios de Pedrógão Grande, há oito anos, relembrando "ímpeto de superação e vontade de cuidar melhor da nossa gente".