
"Iremos fazer exercícios militares para defesa do mar das Caraíbas, das costas venezuelanas e da fronteira", disse o chefe de Estado.
Nicolás Maduro falava hoje em Los Próceres, Caracas, durante um desfile militar que comemorou o dia das Forças Armadas Bolivarianas e o 208.º aniversário da assinatura da Ata da Independência da Venezuela do império espanhol (05 de julho de 1811).
"A 24 de julho vamos defender os nossos mares, para manter afinada a máquina militar que garante que a Venezuela continuará o caminho, deste 2019, desde o século XXI, em paz. Paz aos céus, pedimos", disse.
Nicolás Maduro voltou a denunciar planos desestabilizadores do Governo dos Estados Unidos, com "a intervenção e guerra", que, disse, são apoiados pelo Presidente da Colômbia, Iván Duque.
"Preparemo-nos para as batalhas que estamos dando. Não tenhamos nem um segundo de descanso. Estamos no lado correto da história e no momento correto para a batalha", disse.
Por outro lado, voltou a chamar os venezuelanos ao diálogo e anunciou que na próxima semana haverá "boas notícias" nesse sentido, sobre as negociações em Oslo, na Noruega.
"Já basta de conspirações (...) de apelos à intervenção militar e à guerra", frisou Nicolás Maduro, assumindo que, com a paz, "é possível procurar soluções para velhos e novos problemas".
"Hoje, 05 de julho, eu apelo à paz e à união (...) estendo a minha mão a todos", disse.
No entanto, advertiu "que ninguém se equivoque com a Venezuela. A Venezuela é e será irrevogavelmente livre, independente e soberana, agora e para sempre".
Por outro lado, a oposição assinalou também esta efeméride, com uma marcha realizada no leste de Caracas, entre as localidades de los Palos Grandes e Boleíta, desde a sede do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) até à sede da Direção Geral de Contrainteligência Militar (DGCIM).
A marcha, que contou com um milhar de pessoas, teve ainda o propósito de protestar contra as torturas alegadamente praticadas por aquele organismo, contra civis e militares que não simpatizam com o regime venezuelano, e para apoiar o relatório divulgado recentemente pela Alta Comissária das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Michelle Bachelet, sobre as violações dos Direitos Humanos no país.
Aos manifestantes, a partir de um palco improvisado, o líder opositor e presidente do parlamento, Juan Guaidó, pediu apoio para os próximos passos da oposição, centrados numa mudança de regime e eleições livres.
"Acabou-se o debate. Isto é uma ditadura (...) paradoxalmente estamos marchando pelos militares torturados (...) é difícil, mas vale o risco", disse.
Guaidó apelou aos venezuelanos para que estejam atentos a novas convocatórias, manifestações, e sublinhou que "é o momento de dar um passo".
"Não me desculpo perante o mundo pelas ações que vamos fazer, assumo a minha responsabilidade pelas ações que vamos invocar", disse.
Segundo Guaidó, entre as próximas medidas está a "aprovação de tratados".
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