O ‘Steadfast’, que nos próximos meses mobilizará até 90 mil soldados em ambos os lados do Atlântico, deverá, entre outros objetivos militares, verificar a capacidade da Aliança para mobilizar e transportar rapidamente tropas norte-americanas para “fortalecer a defesa da Europa”, de acordo com um comunicado da organização hoje divulgado.
Estas manobras militares – que se vão prolongar por vários meses, desde o Atlântico até ao flanco oriental da NATO — deverão assumir a forma de um cenário de conflito contra um “adversário de dimensão comparável”, segundo a terminologia da Aliança, que dessa forma designa a Rússia.
Cerca de 50 navios de guerra, 80 aeronaves e 1.100 veículos de combate participarão neste exercício que é o de maior dimensão desde a operação Reforger, em 1988, em plena Guerra Fria entre a União Soviética e a Aliança Atlântica.
A NATO iniciou formalmente na segunda-feira as manobras militares em grande escala, as maiores “em décadas”, que durarão vários meses e envolverão cerca de 90.000 soldados da Aliança Atlântica.
No exercício, até maio, participarão não só militares dos 31 Estados-membros da organização como também da Suécia, que se encontra em processo de adesão.
“A Aliança demonstrará a sua capacidade de reforçar a zona euro-atlântica através da deslocação transatlântica de forças da América do Norte. Este reforço decorrerá no âmbito de um cenário simulado de conflito emergente”, declarou o comandante supremo das Forças Aliadas na Europa (SACEUR, na sigla em inglês), o general norte-americano Christopher Cavoli.
As Forças Armadas portuguesas vão participar no Steadfast com 37 militares, enviados para a Polónia e Roménia nos meses de abril e maio.
Questionado pela agência Lusa sobre a participação de Portugal no exercício de larga escala, o Estado-Maior-General das Forças Armadas (EMGFA) respondeu que vão ser empenhados 20 militares do Exército na Polónia, durante abril e maio, “com o objetivo de treinar a projeção de forças”.
Em maio, na Roménia, Portugal vai também participar, no âmbito deste exercício, “numa atividade de treino de operações de índole defensiva, através de 15 militares da Força Nacional Destacada naquele país, no reforço de capacidades de apoio de combate e serviços”.
“Adicionalmente, Portugal contribui para a realização deste exercício com um militar para integrar a célula de planeamento de Operações no Estado-Maior Conjunto do Comando NATO, em Norfolk e com um elemento embarcado como membro do Estado-Maior do Comandante do Standing NATO Maritime Group 1 (SNMG1)”, é acrescentado na resposta enviada à Lusa, totalizando 37 militares.
O EMGFA lembra ainda que Portugal participa atualmente com 240 militares da Marinha, Exército e Força Aérea em várias missões da NATO, que têm como objetivo “a coesão da Aliança e dissuasão no seu flanco leste”, nomeadamente na Roménia, Bélgica, no Mar do Norte, Mar Báltico e Mediterrâneo.
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