Os pinguins imperadores, que vivem apenas na Antártida, são os mais pesados e altos, tendo a melhor capacidade de mergulho: conseguem percorrer até 500 metros nos mares mais frios do mundo.
O registo do recorde surgiu após 20 pinguins terem sido ‘marcados’ com transmissores via satélite em 2013.
A investigação foi conduzida pelo ecologista Marine, Dr. Kim Goetz, do Instituto Nacional de Água e Atmosfera da Nova Zelândia, Dr. Gerald Kooyman, do Instituto Scripps de Oceanografia e a Dra. Brigitte McDonald, do laboratório marinho de Moss Landing, na Califórnia. As descobertas foram publicadas no “Journal of Marine Ecology Progress Series”.
Contudo, o objetivo inicial da investigação nada tinha a ver com a profundidade de mergulho dos pinguins. Pretendia-se estudar os comportamentos dos pinguins reprodutores de Cape Colbeck durante o período de mudança de plumagem [de novembro até fevereiro, os pinguins perdem a plumagem escura e ganham uma cor castanha].
A equipa acabou por não chegar ao local até ao início de março, não conseguindo acompanhar o fenómeno. Acabaram por ‘marcar’ outras aves não reprodutoras que passavam a maior parte do ano a caçar no mar do leste de Ross.
Foram registados então 96.000 mergulhos entre março e o final de 2013. Descobriu-se também que os pinguins mergulham mais tempo e com maior profundidade durante o dia e ao crepúsculo do que à noite. Durante o dia fazem, em média, 5,5 mergulhos por hora, durante o crepúsculo 5,6 e à noite apenas 0,4 mergulhos por hora.
Além disso, os pinguins-imperadores viajam muito mais do que se poderia imaginar. Percorreram distâncias entre 273 km e quase 9 mil km no período de estudo e mergulharam durante 32,2 minutos nas águas da Antártida.
Segundo Goez, o próximo passo é substituir os transmissores por câmaras, para perceber o que está a levar os pinguins a mergulhar durante tanto tempo.
“O que não sabemos é se se está a tornar mais complicado para eles encontrar comida, o que exige que mergulhem com mais profundidade; ou se por outra razão se estão a desviar do percurso porque não conseguem encontrar um buraco no gelo, e se eles não conseguem encontrar um buraco no gelo, não conseguem respirar”, explica Goez ao jornal The Guardian.
Segundo Goez, as descobertas são “impressionantes” uma vez que a fisiologia dos pinguins-imperadores devia permitir que fossem capazes de mergulhar confortavelmente apenas por períodos até oito minutos. Depois disso, eles ficam sem oxigénio e o seu sistema anaeróbico [atividade física que trabalha diversos grupos musculares] entra em ação, causando um cansaço significativo no corpo, o que exige um tempo de recuperação mais longo.
Antes da mais recente descoberta, o recorde de mergulho feito por um pinguim era de 27,6 minutos.
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