
A entrega faz parte de uma operação conjunta entre Myanmar, China e Tailândia para desmantelar estes negócios e libertar milhares de pessoas.
As 300 pessoas foram transferidas através da ponte da Amizade, que liga a cidade birmanesa de Myawaddy à localidade tailandesa de Mae Sot, que se tornou no coração das operações contra os centros de burla, noticiou a CCTV.
Não é claro se os cidadãos chineses já foram deportados ou se ainda estão a aguardar o regresso ao país de origem.
De acordo com a CCTV, a maior parte “estava envolvida em atividades ilegais e criminosas, tais como fraudes eletrónicas e jogos de azar ‘online’, e alguns foram forçados [a trabalhar nestes centros]”, segundo confissões e investigações preliminares.
Outras 200 pessoas foram deportadas de avião de Mae Sot para a China na quinta-feira, e espera-se que um total de 1.041 chineses regressem a casa, de um total de sete mil estrangeiros a serem repatriados nos próximos dias, segundo estimativas da primeira-ministra tailandesa Paetongtarn Shinawatra, feitas esta semana.
As autoridades tailandesas afirmaram que, entre os repatriados, deverão estar cidadãos de várias nacionalidades, sobretudo da Ásia, mas também África e América Latina, numa operação que está a ser levada a cabo com opacidade, desconhecendo-se, entre outros aspetos, os pormenores do modo como decorrem os resgates.
Na semana passada, o exército tailandês confirmou que 260 pessoas de 20 nacionalidades, incluindo brasileiros, a maioria em regime de escravatura em centros birmaneses, foram recebidas na fronteira tailandesa, iniciando-se os procedimentos de repatriamento junto das respetivas embaixadas.
A ONU denunciou, num relatório de dezembro, o aumento de esquemas na Internet ligados ao tráfico de seres humanos, sendo o Sudeste Asiático o epicentro de alguns estabelecimentos que funcionam como prisões.
As vítimas são jovens, muitas vezes estrangeiras, com conhecimentos de tecnologia e línguas, refere-se no estudo.
Enganadas com falsas ofertas de emprego, estas pessoas encontram-se em complexos fechados, semelhantes a prisões e são obrigadas a cometer fraudes ‘online’ a partir de um computador, sofrendo “violência extrema”, referiu Fabrizio Sarrica, investigador da ONU.
Comentários