"O Governo reconhece que as portagens são um problema para o Interior, para a atividade económica, para os utentes e para as pessoas que vivem nesta região, mas não tem uma solução para o problema e é isso que lamentamos mais uma vez", afirmou hoje Luís Veiga, do Movimento de Empresários pela Subsistência do Interior, que é uma das sete entidades dos distritos de Castelo Branco e da Guarda que integram a Plataforma.
Luís Veiga falava na Covilhã durante uma conferência de imprensa marcada para dar conta das conclusões de uma reunião realizada na segunda-feira com o ministro-Adjunto, Pedro Siza Vieira.
Segundo referiu, o governante "mostrou-se sensível" aos argumentos dos que defendem o fim das portagens e a reposição das antigas Scuts (vias sem custos para o utilizador), mas não se comprometeu com soluções e até pediu contributos, sendo que a Plataforma apenas aceita que seja colocada em cima da mesa uma calendarização de reduções a implementar até chegar à abolição.
"O Governo não pode passar o tempo a estudar. Agora é tempo de tomar decisões para não chumbar por tanto estudo. Admitimos que haja um plano e até que se atue por fases, mas é preciso passar das palavras aos atos", reiterou Luís Garra, da União de Sindicatos de Castelo Branco.
Uma ideia partilhada por Marco Gabriel, da Comissão de Utentes Contra as Portagens na A23, que lamentou que os pressupostos iniciais da luta pelo fim das portagens ainda se mantenham com a região a ter dificuldades acrescidas por mais um custo de contexto que penaliza empresas e população.
"É preciso traduzir o discurso em ações concretas. Importa avançar", reiterou.
Salientando que o "descontentamento é geral e viral", os representantes desta Plataforma esperam que o Governo anuncie medidas rapidamente e sem prejuízo de outras ações que possam ser adotadas em defesa do Interior.
Para estes responsáveis, o ideal seria que as decisões de curto prazo fossem adotadas até 06 de março, dia em que será realizado um fórum alargado de debate com o mote das portagens e no qual estarão presentes entidades, autarcas, empresários e forças vivas da região, de modo a mostrar ao Governo a unanimidade da Beira Interior nesta matéria.
Uma revindicação que os representantes da Plataforma esperam que também seja partilhada pelo Presidente da República, a quem apelaram para que se faça ouvir relativamente a este assunto.
A Plataforma de Entendimento para a Reposição das Scuts na A23 e A25 integra sete entidades dos distritos de Castelo Branco e da Guarda, nomeadamente a Associação Empresarial da Beira Baixa, a União de Sindicatos de Castelo Branco, a Comissão de Utentes Contra as Portagens na A23, o Movimento de Empresários pela Subsistência pelo Interior, a Associação Empresarial da Região da Guarda, a Comissão de Utentes da A25 e a União de Sindicatos da Guarda.
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