“Ele [Bolsonaro] foi eleito, fez o convite [para o Ministério da Justiça] publicamente, fui à casa dele no Rio de Janeiro (…). Não vou receber convite para ser ministro e estabelecer condições sobre circunstâncias do futuro que não se pode controlar”, disse Moro hoje, durante uma palestra sobre combate à corrupção, em Curitiba.
Este domingo, Bolsonaro anunciou que, assim que tiver oportunidade, quer nomear Moro para ocupar uma das cadeiras do Supremo Tribunal Federal (STF).
“A primeira vaga que tiver, eu tenho esse compromisso com o Moro e, se Deus quiser, cumpriremos esse compromisso”, afirmou o Presidente do Brasil em entrevista à Rádio Bandeirantes.
A próxima vaga para um cargo no Supremo Tribunal Federal deverá abrir em novembro de 2020, altura em que se jubilará o juiz Celso de Mello.
“Eu vou honrar esse compromisso com ele, caso ele queira ir para lá. Ele seria um grande aliado, não do Governo, mas dos interesses do nosso Brasil”, sublinhou Bolsonaro, justificando que “há poucas pessoas que têm as qualificações” do juiz.
Sérgio Moro assumiu em janeiro o “superministério” da Justiça, na governação de Jair Bolsonaro, que inclui a Segurança, a Controladoria-Geral da União e uma parte do Conselho de Controlo de Atividades Financeiras.
O principal projeto que ele defende, um controverso pacote chamado lei anti-crime com novas normas para o combate a violência e a corrupção, tem sido alvo de críticas da sociedade civil e de parlamentares.
O ministro sofreu na semana passada uma grande derrota política quando parlamentares tiraram de sua pasta o comando do Conselho de Controlo de Atividades Financeiras (Coaf), numa primeira votação que ainda precisa ser confirmada no plenário do Parlamento brasileiro.
Moro ficou conhecido por ter sido o juiz responsável pelos processos da operação ‘Lava Jato’ em primeira instância e por ter condenado e levado à prisão por corrupção o antigo Presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva, do Partido dos Trabalhadores (PT).
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