“Onyx tem a minha confiança pessoal. Sei do grande esforço que ele fez para aprovar as 10 medidas contra a corrupção, ocasião onde foi abandonado por grande parte de seus pares. Ele demonstrou naquela oportunidade o comprometimento pessoal, com custo político significativo, para a causa anticorrupção”, afirmou o ex-magistrado no Centro Cultural Banco do Brasil, sede do Governo de transição.
A reação de Moro surge horas depois do juiz Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF) brasileiro, ter autorizado investigações em separado para investigar crimes eleitorais cometidos por Onyx Lorenzoni, anunciado como ministro da Casa Civil, do futuro Governo do Presidente eleito, Jair Bolsonaro.
O futuro ministro foi citado como um dos políticos que recebeu dinheiro para financiar a sua campanha ao cargo de deputado federal (membro da câmara baixa) nos anos de 2014 e 2012, pelos executivos da empresa de produção de carne JBS.
Em 2017, Lorenzoni pediu desculpas e admitiu à radio brasileira Bandeirantes que recebeu a quantia de 100 mil reais (23 mil euros) da empresa em 2014.
Apesar de Bolsonaro ter afirmado, em novembro passado, que não aceitaria ministros com "acusações robustas" de crimes, cinco dos seus futuros governantes são ou já foram alvo de investigação: Luiz Henrique Mandetta, Tereza Cristina, Onyx Lorenzoni, Paulo Guedes e Marcos Pontes estiveram enquadrados em denúncias que envolvem, na sua generalidade, ganhos financeiros irregulares.
“Qualquer denúncia ou acusação que seja robusta, [o ministro] não fará parte do governo", afirmou o Presidente eleito numa conferência de imprensa, no dia 20 de novembro, em Brasília, segundo o site de notícias G1.
Sergio Moro, responsável em primeira instância pelos processos da operação Lava Jato tornou-se famoso após ordenar a prisão do ex-Presidente Luiz Inácio Lula da Silva, condenado a 12 anos por corrupção passiva e branqueamento de capitais.
O ex-juiz federal, que teve de renunciar à sua carreira de magistrado para aceder ao convite para integrar o futuro executivo do ex-capitão do exército, disse que aceitou liderar a pasta da Justiça para "implementar" uma agenda de combate à corrupção, crime organizado e violência.
Moro e Bolsonaro, que sempre assumiram uma retórica de combate ao crime, têm agora parte do futuro executivo investigado por suspeitas de vários crimes.
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