“Hoje é o dia da decisão. Vamos resolver um dos principais problemas do desenvolvimento económico do país, que se colocava há muito tempo”, afirmou, na cerimónia de assinatura de um acordo sobre o modelo de financiamento para a construção do novo aeroporto no Montijo e o reforço da capacidade do atual aeroporto Humberto Delgado, em Lisboa.
O autarca argumentou ainda que esta é uma “decisão estruturante”, que traz responsabilidade a todos os envolvidos, que devem aproveitar a oportunidade, até porque é “talvez o primeiro projeto a dar corpo a uma cidade de Lisboa em duas margens”.
O acordo de financiamento do novo aeroporto do Montijo e alterações na atual infraestrutura Humberto Delgado, em Lisboa, foi assinado esta tarde entre a ANA - Aeroportos de Portugal e o Estado, na base aérea da Força Aérea do Montijo, que em 2022 deverá estar pronta para o uso civil.
Marcaram presença o primeiro-ministro, António Costa, e vários elementos do Governo, o responsável máximo da Vinci, Xavier Huillard, e o presidente da Vinci Aeroportos, Nicolas Notebaert.
A assinatura ocorreu quando ainda não foi entregue o Estudo de Impacto Ambiental (EIA) pela ANA.
O acordo vinculativo entre a ANA e o Estado estava previsto para outubro, segundo o calendário do memorando de entendimento, que indicava ainda o final de 2018 para a gestora dos aeroportos entregar os elementos adicionais que a Agência Portuguesa do Ambiente (APA) requereu para o EIA.
No plano partidário sobre a expansão da capacidade aeroportuária de Lisboa, o Partido Ecologista "Os Verdes" (PEV) agendou para quinta-feira um debate em plenário da Assembleia da República para discutir a decisão do Governo de construir um aeroporto complementar ao de Lisboa, no Montijo, sem o EIA.
O PSD já tinha feito saber que iria chamar o ministro da Defesa e o chefe do Estado-Maior da Força Aérea Portuguesa (FAP) ao parlamento para prestarem esclarecimentos.
Na semana passada, a coordenadora do Bloco de Esquerda, Catarina Martins, manifestou “enorme perplexidade" pelo facto de o acordo para o novo aeroporto do Montijo ter sido agendado sem ser conhecido um estudo de impacto ambiental.
Já o secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, acusou o Governo de pretender “um apeadeiro” e um “aeroportozinho” no Montijo para “beneficiar um grande grupo económico”, considerando que, “nesta pressa" e "correria, até as questões ambientais vão”.
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