“Excelente, ótimo, o senhor primeiro-ministro quer debater comigo, então eu pergunto-lhe: baixa ou não baixa o IRS no ano de 2023 para todos os escalões, menos o último, e em particular para a classe média, baixa ou não baixa até uma taxa máxima de 15% para os jovens até aos 35 anos”, questionou Luís Montenegro.
O líder do PSD falava aos jornalistas à margem de uma visita à BioBip- Bioenergy and Business Incubator of Portalegre, no Instituto Politécnico de Portalegre (IPP), no decorrer da última ação inserida no programa ‘Sentir Portugal’, promovida pelo PSD naquele distrito.
“Retira de qualquer imposto ou contribuição ou não os prémios de desempenho e produtividade de quem tem melhor performance, melhor resultado nas suas atividades profissionais, quer ou não quer estabelecer na lei a atualização de escalões de IRS de acordo com a inflação”, questionou ainda o líder social-democrata.
Para Luís Montenegro, o PSD está pronto para o debate, mas exige respostas por parte do primeiro-ministro às questões colocadas pelo partido.
“Quer debater, senhor doutro António Costa, vamos ao debate, estamos aqui para isso, mas o senhor tem de dar respostas. O senhor doutor António Costa é doutorado em conversa, mas responde pouco e faz muito menos”, criticou.
O líder do PSD reagia às declarações de António Costa, hoje em Guimarães, quando questionado sobre as criticas do líder do PSD, em que Luís Montenegro acusou o primeiro-ministro de “amuar” durante a última reunião do Conselho de Estado, tendo, depois, o primeiro-ministro apelado a que Montenegro também respeite as instituições.
“Quem me conhece sabe que eu não sou dado a amuos. O doutor Luís Montenegro também devia respeitar as instituições e o funcionamento das instituições. Além do mais, como ele próprio disse há dois dias, o líder da oposição é ele. Portanto, o debate político que tenho a fazer, é com ele, é no parlamento”, vincou António Costa.
O primeiro-ministro defendeu também hoje que “quem tem contado mentiras” sobre o que se passa no Conselho de Estado “presta um péssimo serviço” ao país e recusou confirmar que se manteve em silêncio na reunião daquele órgão.
Em relação a esta matéria, Luís Montenegro considera que as declarações do primeiro-ministro “chegam quase a ser anedóticas”, porque “só falta dizer” que as fugas de informação foram da autoria do líder social-democrata.
“Há uma coisa que podem ter a certeza absoluta, eu não estive na reunião do Conselho de Estado, nem nesta nem nas anteriores. Aquilo que eu sei é aquilo que é tornado público e que não é desmentido”, disse.
Luís Montenegro voltou a considerar que “não é normal” a eventual postura de silêncio de António Costa na reunião de Concelho de Estado, lamentando que o veto do Presidente da República em relação à lei da habitação se traduza num “amuo” por parte do primeiro-ministro.
“Nós não vamos facilitar, nem silenciar aquilo que são falhas institucionais do senhor primeiro-ministro. E eu quero dizer aos portugueses, quando eu for primeiro-ministro, eu não terei este comportamento institucional, esteja o Presidente da República de acordo ou não”, acrescentou.
Questionado ainda sobre o anúncio do líder do Chega que confirmou hoje na Assembleia da República que o partido vai apresentar uma moção de censura ao Governo no início da segunda sessão legislativa, Luís Montenegro apenas reagiu afirmando que se trata de um ´déjà vu`.
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