O anúncio foi feito, na segunda-feira, no final de um encontro de Josep Borrell e os chefes da diplomacia dos 27, em Nova Iorque, na preparação da Semana de Alto Nível da 78.ª sessão da Assembleia Geral da ONU, a começar hoje.
Borrell quis projetar uma imagem de unidade da UE, num dia em que foi anunciado o veto imposto pela Polónia, Hungria e Eslováquia à importação de produtos alimentares ucranianos, uma medida que Borrell não mencionou, mas que já foi criticada por outros Estados-membros.
O chefe da diplomacia europeia definiu a posição comum europeia como a procura de “uma paz, mas uma paz justa” para a Ucrânia, baseada no plano de paz do próprio Presidente, Volodymyr Zelensky. Borrell espera que “o maior número possível de Estados-Membros” apoie o plano durante esta semana.
O acordo sobre os cereais, que permitia a exportação de cereais ucranianos e fertilizantes russos através do mar Negro, foi considerado morto por Borrell: “Acredito que, no fundo, a Rússia não quer este acordo; já não se trata de levantar restrições ou sanções, uma vez que estas não afetam as exportações russas (…), são desculpas ou argumentos falsos”.
Na reunião dos ministros dos Negócios Estrangeiros da UE, em Nova Iorque, o Sahel ocupou uma grande parte dos debates, explicou Borrell.
A instabilidade política nesta região – com golpes de Estado e conflitos civis – não pode ser explicada por uma única causa, uma vez que “cada país é diferente e isso exige abordagens diferentes, sem que isso signifique dois pesos e duas medidas”, disse.
A região do Sahel é de importância vital para a Europa e os problemas de migração e segurança são importantes para a UE, na medida em que esta é “o principal apoiante da segurança, do desenvolvimento e do controlo da ajuda na região”, salientou.
“Precisamos de soluções africanas para os problemas africanos”, sublinhou, dando como exemplo a ação da Comunidade dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), com a qual a UE trabalha lado a lado para resolver crises.
Relativamente ao caso específico do Níger, reiterou o total apoio da UE ao Presidente deposto, Mohamed Bazoum, detido pelos golpistas no Palácio Presidencial há mais de um mês. Borrel saudou ainda “a coragem e determinação” de Bazoum ao recusar demitir-se por considerar que continua a ser o Presidente legítimo do país.
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