O início do encontro com embaixador francês Christian Masset está agendado para as 10:00 locais (09:00 de Lisboa), na Farnesina, em Roma, a sede do ministério dos Negócios Estrangeiros, segundo fonte diplomática citada pela agência France Presse.
O presidente Emmanuel Macron criticou terça-feira o “cinismo e a irresponsabilidade” de Itália, por ter recusado o desembarque dos migrantes.
O escritório do dirigente francês referiu que não pretende que seja “aberto um precedente” que permita aos países europeus violarem as leis internacionais e transferir para outros membros da União Europeia a responsabilidade de acolher os migrantes.
Em resposta a estas posições, o vice-presidente do Governo italiano e ministro do Trabalho, Luigi di Maio, afirmou não receber “lições” de França.
Di Maio, líder do partido Movimento 5 Estrelas, criticou a França por “expulsar diariamente imigrantes”, que cruzam a fronteira para chegar às cidades italianas de Ventimiglia (noroeste) e Bardonecchia (norte).
Outro vicepresidente, o ministro do Interior e líder do partido de extrema-direita Liga, Matteo Salvini, afirmou o desejo de “trabalhar serenamente por todos, mas com um princípio: primeiro, os italianos”.
Espanha aceitou receber o Aquarius no seu porto de Valência.
O navio Aquarius, da organização não-governamental SOS Mediterranée, tinha partido para Espanha, escoltado por duas embarcações da Marinha italiana, depois de o Governo italiano ter rejeitado o desembarque.
Depois de serem informados da mudança de destino, os migrantes agradeceram de qualquer forma, uma vez que o seu principal receio era o de regressarem à Líbia, país de onde tinham navegando.
As organizações não-governamentais preferiam que os imigrantes fossem para um porto seguro mais próximo para permanecerem na área e continuarem a ajudar a salvar vidas, referindo que a viagem para Valência “reduz muito a capacidade de resgate no local”.
O navio Aquarius permaneceu nos últimos dias em águas internacionais entre Malta e Itália e, depois da transferência de imigrantes para os navios da Marinha italiana estarem concluídas, zarpou rumo a Valência, cerca das 20:00 de hoje (hora de Lisboa), sendo estimado que a viagem demore quatro dias.
A recusa da Itália em receber o Aquarius causou uma série de acusações entre diferentes países europeus, para os quais Roma reivindica a distribuição de imigrantes que chegam da África e a revisão do Protocolo de Dublin, que estabelece normas.
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