A Liga dos Bombeiros Portugueses denunciou hoje que as associações e corpos de bombeiros estão à beira da rutura financeira devido aos atrasos dos pagamentos do Ministério da Saúde, que rondam os 30 milhões de euros.
“Obviamente que a nossa prioridade é garantir que essas dívidas, a existirem, não assumem prazos para além daquilo que seja aceitável”, disse o ministro da Saúde aos jornalistas, à saía da sessão de abertura do 46.º Congresso da Sociedade Internacional de História da Medicina, respondendo desta forma à denúncia das dívidas aos corpos de bombeiros feita hoje pela Liga dos Bombeiros Voluntários, acrescentando que a tutela vai “ver em detalhe quais são as entidades” e continuar a trabalhar.
Questionado sobre a intenção de reduzir as listas de espera na área da cirurgia da obesidade, pagando mais a hospitais e profissionais de saúde, Adalberto Campos Fernandes justificou a escolha desta área de intervenção com o facto de nos últimos anos esta não ter tido “as respostas adequadas” e por ser uma área “onde as pessoas [doentes] têm um grande sofrimento e precisam de respostas adequadas”.
Sem quantificar, o ministro disse que o objetivo é fechar o ano com números melhores do que em 2017, recorrendo a soluções como a passagem de doentes para os hospitais privados, sempre que os hospitais públicos não conseguirem dar resposta.
Também sem quantificar o investimento, Adalberto Campos Fernandes disse que os custos adicionais estão previstos nos contratos-programa com os hospitais e no Orçamento do Estado para este ano, estando o Governo já a trabalhar no orçamento de 2019, que “será seguramente reforçado”.
Sobre o clima de tensão entre o Governo e os enfermeiros, o ministro recusou vir a dar “um passo maior do que a perna”
“Prometermos ou darmos aquilo que não podemos significa defraudar as expectativas e comprometer o futuro. Temos avançado muito nas diferentes profissões e continuaremos até ao último dia da legislatura a trabalhar e a negociar”, disse o responsável pela pasta da Saúde.
Sobre a aplicação das 35 horas semanais no setor da saúde, que em julho entrou numa segunda fase de implementação ao passar a abranger enfermeiros, assistentes e técnicos, o ministro não quis adiantar estimativas de custos da aplicação da medida, mas disse que estas estão a “ser cumpridas num quadro de estabilidade” e insistiu no rigor orçamental.
“Falar demais ou fazer muito ruído não ajuda à solução dos problemas. Temos que fazer o nosso trabalho com seriedade e serenidade. Portugal tem que passar este estigma que é o da insegurança e das falsas promessas, das ilusões fáceis”, disse.
Questionado sobre a necessidade de contratações decorrentes da aplicação das 35 horas semanais na saúde, o governante disse que desde julho estas continuam a decorrer e com normalidade.
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