“É natural que os senhores deputados possam vir a ter de contribuir para termos uma solução legal de entrarmos nos terrenos para remover o material no caso de o proprietário, depois de notificado, não o fazer”, afirmou José Manuel Fernandes, em audição na Comissão parlamentar de Agricultura e Pescas.

Questionado por deputados sobre a doença do fogo bacteriano, o governante disse que está a ser feita uma monitorização da doença e a notificação aos proprietários dos pomares afetados para os removerem.

Admitiu, contudo, que nem todos os proprietários notificados venham a fazê-lo, pelo que disse que aí pode haver necessidade de se avançar com um regime legal para as autoridades entrarem nos pomares e os removerem.

'Fogo bacteriano' na pera rocha: o que está a fazer o governo?
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Ainda sobre esta doença, José Manuel Fernandes afirmou que têm havido desenvolvimentos científicos para acabar com o vírus do fogo bacteriano e para criar espécies de plantas mais resistentes, mas que são soluções de mais longo prazo.

A doença do fogo bacteriano é provocada pela bactéria ‘Erwinia amylovora’ e, sem tratamentos eficazes, a redução da propagação da doença tem sido feita através da remoção e destruição por queima, com corte efetuado a pelo menos 50 centímetros abaixo das zonas afetadas ou com o arranque e destruição das árvores com sintomas no tronco.

Na semana passada, a Confederação Nacional das Cooperativas Agrícolas e do Crédito Agrícola de Portugal (Confagri) disse que a doença do fogo bacteriano já provocou “o desaparecimento de perto de um milhar de hectares” de pomares de pera rocha e pediu ao Governo para reconhecer a doença como catástrofe natural.