“Nestes tempos tão estranhos, esta foi uma atividade que nunca esteve em teletrabalho, nem é suscetível de confinamento. Pelo contrário, estiveram sempre na rua e demonstraram a sua função”, afirmou.
Eduardo Cabrita admitiu que as “condições tecnológicas são decisivas” para a segurança - como a videovigilância, por exemplo -, mas sublinhou que “o fator humano é insubstituível na atividade policial”.
O ministro reconheceu ainda que a pandemia atrasou o início da formação policial deste ano, adiantando, no entanto, que se preveem "quatro mil novos agentes da PSP, a recrutar até 2023".
"Do curso que terminou em maio, dos 571 novos agentes, 535 tiveram a sua primeira colocação no Comando Metropolitano de Lisboa", disse Eduardo Cabrita.
O ministro frisou ainda a importância da habitação para os jovens polícias, lembrando que o Programa de Recuperação e Resiliência apresentado em Bruxelas o Governo prevê "40 milhões de euros de apoio para estas habitações e o Orçamento do Estado 10 milhões para a mobilização de recursos".
Também presente na inauguração, o presidente da Câmara de Lisboa, Fernando Medina, lembrou que o Lumiar é “uma das freguesias com mais população do país”, sublinhando a importância da obra e o que “transmite de mudança nesta zona da cidade”.
O autarca manifestou ainda o “compromisso do município de Lisboa” para com a Polícia de Segurança Pública, lembrando que a obra foi inteiramente financiada pela autarquia e colocada ao serviço da força de segurança.
O diretor nacional da PSP, Magina da Silva, explicou que as novas instalações vão funcionar também como uma nova motivação para os polícias.
“Saímos não propriamente de um vão de escada, mas de um rés-do-chão, onde havia moradores por cima, um fator de vulnerabilidade”, disse, avançando que um dos objetivos do Ministério da Administração Interna e da Direção Nacional da PSP era é ter instalações policiais “no centro de zonas urbanas sensíveis”.
“Queremos estar perto, mas não dentro”, afirmou, referindo que “não são as instalações que dão segurança aos cidadãos, apesar de contribuírem, mas sim os polícias nas unidades móveis”.
Magina da Silva reconheceu igualmente a necessidade de um equilíbrio “entre o dispositivo territorial e as unidades móveis que respondam às ocorrências”.
A presidente da Junta de Freguesia de Santa Clara considerou que a nova esquadra faz parte de uma “requalificação ambiental da zona que faz todo o sentido”, lembrando que irá proporcionar aos agentes de autoridade “as condições de que tanto necessitam” para realizar o seu trabalho.
Maria da Graça Ferreira sublinhou ser preciso que a PSP “seja dotada dos meios necessários para a polícia de proximidade”.
Também o presidente da Junta de Freguesia do Lumiar, Pedro Alves, frisou a importância de serem dadas condições para que as autoridades possam “exercer a sua missão com meios suficientes”.
A esquadra hoje inaugurada, que vem substituir a 41.ª existente junto ao Bairro da Cruz Vermelha, e anteriormente no bairro da Musgueira, vai servir os 22 mil habitantes da freguesia de Santa Clara e parte dos 45 mil da freguesia do Lumiar, nomeadamente cerca de nove mil habitantes.
O investimento da nova Esquadra da Alta de Lisboa é da Câmara Municipal de Lisboa, no total de 1,85 milhões de euros, sendo que o equipamento irá funcionar com um contrato de arrendamento entre o município e a PSP, conforme salientou Fernando Medina.
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