"A questão é bastante complexa. Continuamos a ter uma assimetria muito grande na distribuição de médicos no país. A Unidade Local de saúde de Castelo Branco e a do Baixo Alentejo são dois casos que perderam médicos desde o início da legislatura", afirmou.
Marta Temido falava durante a sessão de inauguração das obras de requalificação do Centro de Saúde da Sertã, orçadas em mais de 612 mil euros, onde funcionam a Unidade de Cuidados de Saúde Personalizados (UCSP) e o Serviço de Atendimento Permanente (SAP), integrados no Agrupamento de Centros de Saúde Pinhal Interior Sul da Unidade Local de Saúde de Castelo Branco (ULSCB).
"Isto só poderá ser resolvido quando conseguirmos agregar várias políticas de natureza diferente. Por um lado, continuar o esforço de abrir vagas nestas áreas e atribuir incentivos às vagas destas áreas. E, por outro lado, equacionar novos regimes de trabalho no SNS e isso tem-se falado muito nos tempos mais recentes", defendeu.
A ministra sublinhou ainda que não podemos haver no país portugueses de primeira e de segunda e referiu que a sua presença na Sertã "é uma afirmação política".
"Estar aqui é uma afirmação política. O interior e o litoral merecem igual respeito. O SNS tem que ter em conta as diferentes necessidades e fazer mais por estes territórios", defendeu.
Marta Temido sublinhou também que a mensagem do presidente da Câmara da Sertã "ficou bem guardada".
Momentos antes, o autarca tinha sensibilizado a governante para a falta de profissionais de saúde, sobretudo médicos e enfermeiros, no seu concelho.
José Farinha Nunes considerou mesmo a situação como sendo de "emergência" e apelou à ministra para tentar resolver este "problema crónico".
"Hoje é um dia especial para a Sertã. Estas eram obras há muito aguardadas e que vão melhorar a vida e o bem estar da população. Temos a noção que damos um passo rumo ao futuro com esta obra", disse.
Já o presidente da Unidade Local de Saúde de Castelo Branco (ULSCB), Vieira Pires, realçou também a necessidade de aumentar o número de médicos, enfermeiros e de assistentes operacionais e técnicos.
Contudo, afirmou que a deslocação de Marta Temido à região, denota "vontade política" em resolver estas situações.
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