O crime de abuso de poder ocorreu no decurso da empreitada “Execução dos toscos entre a Estação do Oriente e a Estação do Aeroporto, da Linha Vermelha do Metropolitano de Lisboa”.
De acordo com uma nota da PGDL, o arguido deu indicações às entidades responsáveis para se absterem da aplicação de uma multa por atrasos na obra, “provocando o atraso da tramitação de aplicação da multa em causa” e, com a mesma finalidade, “encomendou um parecer jurídico no sentido negativo, cujos custos foram suportados pela Metropolitano E.P.E.”.
O arguido “ordenou ainda, aos órgãos competentes que elaborassem e assinassem os autos de receção da obra, apesar de existirem vários trabalhos por concluir, ocultando posteriormente esta situação da nova administração da Metropolitano E.P.E.”, lê-se na nota da PGDL.
De acordo com os indícios recolhidos, a PGDL refere ainda que o arguido “agiu do modo apurado em prejuízo do Metropolitano de Lisboa e com o propósito de beneficiar a empreiteira, na qual um seu familiar exercia funções de diretor”.
Para a PGDL, “ficou suficientemente indiciado” que o arguido “impediu a aplicação das multas contratualizadas para as situações de incumprimento dos prazos previstos por motivo imputável ao empreiteiro, não obstante a existência de pareceres e uma ordem do Presidente do Conselho de Administração do Metropolitano de Lisboa E.P.E., em sentido contrário”.
A pessoa em questão tinha à data dos factos sob a sua alçada a Supervisão e Coordenação da Direção de Gestão de Infraestruturas, da Direção de Projetos e Obras da Expansão e Modernização da Rede e da Direção de Estudos, Planeamento, Orçamento e Controlo de Gestão, na vertente da Gestão e Projeto de Obra.
A investigação foi dirigida pela 9ª secção (atual secção Distrital) do DIAP de Lisboa.
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