Questionado sobre as investigações em curso contra si afirmou que o futuro Governo Regional não corre qualquer risco, algo que se estende ao Conselho de Estado, do qual faz parte. "O que está em causa é uma averiguação, temos de ver o que é essa averiguação".
"Neste momento a postura do governo e a forma de governar é de maior dialogo e maior incidência parlamentar", disse ainda. Sobre futuras cedências ao Chega, negou essa possibilidade, mas disse aprovar "propostas que a maior dos partidos preconizaram e são do interesse público".
No que diz respeito a dívida, afirmou que "reduziram a dívida pública e querem continuar a reduzir para 72%" e garantiu que a postura do Governo será em "diálogo parlamentar".
A tomada de posse do próximo Governo Regional está marcada para o próximo dia 6 de junho e a composição do governo deverá ser apresentada na segunda-feira às cinco horas, segundo o responsável.
Após as eleições regionais de domingo, o representante da República para a Região Autónoma da Madeira ouviu na terça-feira os sete partidos com representação parlamentar, por ordem crescente de votação: PAN (um deputado), IL (um), CDS-PP (dois), Chega (quatro), JPP (nove), PS (11) e PSD (19).
Após essas audiências, Ireneu Barreto anunciou que iria indigitar Albuquerque como presidente do Governo Regional, considerando que a solução conjunta apresentada pelo PS e pelo JPP “não tem qualquer hipótese de ter sucesso”.
O representante referiu que “a solução apresentada pelo partido mais votado, o PSD - que tem um acordo de incidência parlamentar com o CDS, e a não hostilização, em princípio, do Chega, do PAN e da IL - terá todas as condições de ver o seu programa aprovado na Assembleia Legislativa”.
Nas eleições de domingo, o PSD falhou por cinco mandatos a maioria absoluta, que exige 24 eleitos, uma vez que o parlamento regional é constituído por 47 assentos.
Depois de Albuquerque se afirmar disponível para assegurar um “governo de estabilidade”, na segunda-feira o PS e o JPP (que somam 20 deputados) anunciaram “uma solução de governo conjunta” no arquipélago, a apresentar ao representante da República, e apelaram à participação dos restantes partidos, à exceção do PSD e do Chega, “de modo a construir um apoio parlamentar mais robusto”.
Na terça-feira de manhã, antes de serem recebidos por Ireneu Barreto, Albuquerque e o líder regional do CDS-PP, José Manuel Rodrigues, estabeleceram um acordo de apoio parlamentar que também mantém o democrata-cristão como presidente do parlamento regional.
Os dois partidos, que concorreram em separado ao sufrágio, governavam a região em conjunto desde 2019.
As eleições antecipadas na Madeira ocorreram oito meses após as anteriores legislativas regionais, depois de o Presidente da República ter dissolvido o parlamento madeirense, na sequência da crise política desencadeada em janeiro, quando Albuquerque foi constituído arguido num processo em que são investigadas suspeitas de corrupção.
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