A declaração foi feita aos jornalistas no recinto da conferência intergovernamental em que o documento, não vinculativo e negociado sob os auspícios da ONU, foi adotado por mais de 150 países, incluindo Portugal.
Na mesma ocasião, o representante reafirmou que o pacto global não é um tratado, nem um documento juridicamente vinculativo.
“É um quadro de cooperação internacional, com base num processo de negociação intergovernamental de boa fé, que reafirma o princípio da soberania nacional”, reforçou.
Também explicou que o pacto não estabelece novos direitos que permitam às pessoas escolher onde e quando podem ir.
"Apenas reafirma que os migrantes devem gozar dos direitos humanos, independentemente do seu estatuto”, frisou.
Para assinalar o dia de hoje, o ex-primeiro-ministro português relembrou na sua conta na rede social Twitter que ele próprio é um migrante.
“Como cidadão português, sou um migrante em Nova Iorque. Mas eu não tive de arriscar a minha vida numa viagem perigosa para chegar até lá. A migração deve ser um ato de esperança, não de desespero”, escreveu o representante.
A conferência intergovernamental dedicada ao pacto global para a migração termina na terça-feira.
Fruto de 18 meses de consultas e negociações, o pacto global tem como base um conjunto de princípios, como a defesa dos direitos humanos, dos direitos das crianças migrantes ou o reconhecimento da soberania nacional.
O texto também enumera 23 objetivos e medidas concretas para ajudar os países a lidarem com as migrações, nomeadamente ao nível das fronteiras, da informação e da integração, e para promover “uma migração segura, regular e ordenada”.
Mesmo não tendo uma natureza vinculativa, o documento dividiu opiniões e suscitou críticas de forças nacionalistas e anti-migrações em vários países.
Estados Unidos, Israel, Polónia, Áustria e República Checa estão entre os países que rejeitaram adotar o pacto global.
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