Estes menores chegaram ao território alemão acompanhados pelos respetivos familiares mais próximos.
No total, 90 pessoas estavam a bordo do voo procedente da Grécia que aterrou hoje no aeroporto internacional de Berlim-Schoenefeld, indicou a mesma fonte governamental, precisando que a maioria dos migrantes são oriundos do Afeganistão (46) e da Síria (18).
Os restantes são naturais, por exemplo, do Iraque, Somália e Camarões.
Os migrantes serão distribuídos por vários Estados federados alemães.
A chegada destas crianças surge ao abrigo de um programa europeu de relocalização, que envolve vários Estados-membros da União Europeia (UE) incluindo Portugal, para retirar várias centenas de crianças vulneráveis, muitas delas não acompanhadas, dos sobrelotados campos de acolhimento de refugiados nas ilhas gregas.
E acontece uma semana depois de 18 crianças e as respetivas famílias, 83 pessoas no total, terem sido reinstaladas na cidade de Kassel (centro da Alemanha).
Em 24 de julho, a Alemanha informou que iam chegar ao país, durante os dias seguintes, cerca de 240 migrantes menores não acompanhados provenientes dos campos de refugiados da Grécia.
Na mesma ocasião, as autoridades precisaram que esses migrantes menores iam ser distribuídos por vários Estados federados alemães, incluindo na zona de Berlim (capital), Turíngia (leste), Hessen (centro) e Baden-Wurttemberg (sul).
Até ao final do mês de agosto, a Alemanha espera receber um total de 928 refugiados procedentes dos sobrelotados campos de refugiados da Grécia.
A maioria destes refugiados são menores não acompanhados, mas também existem alguns casos de membros da família destes menores (como foi o caso das pessoas que chegaram hoje a Berlim) que tiveram igualmente autorização para viajar, devido a situações particularmente vulneráveis ou por razões humanitárias.
Em junho passado, a Alemanha já tinha recebido um primeiro grupo de 47 migrantes menores procedentes da Grécia, após o reinício dos procedimentos que tinham sido cancelados na sequência das restrições fronteiriças impostas por causa da pandemia do novo coronavírus.
Aprovado em 2019, o programa europeu, denominado "Nenhuma Criança Só" ("No Child Alone", em inglês), começou em abril a relocalização destes menores, com um primeiro grupo de 12 crianças a ser acolhido pelo Luxemburgo.
A iniciativa, que pretende relocalizar 1.600 crianças, inscreve-se no quadro de um programa de proteção de menores não acompanhados vítimas de exploração e de criminalidade.
O programa pretende responder aos problemas de mais de 5.000 migrantes menores não acompanhados na Grécia, com a grande maioria a viver em condições de insalubridade ou em habitações sem condições para crianças.
Um total de 11 países da UE aceitou participar neste programa voluntário de relocalização (Portugal, Alemanha, Bélgica, Bulgária, Croácia, Finlândia, França, Irlanda, Lituânia, Luxemburgo e Eslovénia), bem como a Noruega.
No passado dia 07 de julho, um primeiro grupo de 25 migrantes menores procedentes da Grécia chegou a Portugal.
Nesse mesmo dia, o gabinete da ministra de Estado e da Presidência, Mariana Vieira da Silva, referiu, num comunicado, que "a data de chegada dos próximos grupos será definida após este primeiro acolhimento".
Portugal pretende acolher até 500 menores não acompanhados provenientes da Grécia.
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