Numa entrevista à rádio Bandeirantes, Temer esclareceu dúvidas surgidas nos últimos dias sobre a sua possível candidatura e, além de negá-la de forma contundente, declarou que já se sente "muito feliz" pelo fato de ter exercido o cargo.
Michel Temer chegou ao poder em maio de 2016, quando, na qualidade de vice-Presidente, substituiu a então Presidente Dilma Rousseff, destituída pelo parlamento devido a irregularidades fiscais.
Apesar de sua popularidade está atualmente em 6%, o publicitário Elsinho Mouco, responsável pela propaganda do Governo, anunciou esta semana que Temer aspiraria à Presidência e ganharia a aceitação dos brasileiros na sequência da intervenção do exército na área da segurança pública do Rio de Janeiro.
Essa decisão, que coloca toda a liderança da segurança no Rio de Janeiro nas mãos das Forças Armadas, foi adotada após as recentes festividades de Carnaval no Rio de Janeiro quando as taxas de violência dispararam e as autoridades locais admitiram que não conseguiam controlar o crime organizado.
Na entrevista à rádio Bandeirantes, Temer disse categoricamente que a decisão de intervir no Rio de Janeiro não foi guiada por qualquer intenção "eleitoral" e argumentou que a própria situação de insegurança no Estado foi o que o "levou à conclusão de que era necessário" chamar os militares.
Temer também admitiu que a possibilidade de decretar uma intervenção federal "total" no Rio de Janeiro foi considerada, o que implicaria no afastamento do governador Luiz Fernando Pezão.
"Foi pensado no início, mas depois deixei de lado a ideia porque teria sido algo muito radical e chegamos à conclusão de que devemos intervir apenas na área de segurança", disse o chefe de Estado.
O modelo da intervenção será definido na próxima semana pelo general Walter Souza Braga Netto, designado pelo Governo como "interventor" e agora responsável pela segurança pública no Rio de Janeiro.
Embora a intervenção seja administrativa, Temer admitiu que as Forças Armadas, que participam das operações de vigilância e controlo, poderiam ter "confrontos" com criminosos se fossem atacadas.
"Não sei se haverá confrontos, mas, se houvesse os militares não se deixariam matar", disse ele.
O reforço militar na segurança pública tem sido quase constante no Rio de Janeiro desde 2013, quando o Exército foi empregado para garantir a ordem durante a Taça das Confederações da FIFA.
O mesmo se repetiu no Mundo-2014, também de futebol e durante os Jogos Olímpicos do Rio, em 2016.
No ano passado o Governo brasileiro deslocou 10 mil soldados para ajudar nas operações de segurança da cidade na tentativa de controlar as taxas de violência que, apesar disso, continuaram a subir e atingiram níveis críticos no início deste ano.
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