“Esta manhã, o inimigo atacou a base aérea de Osman Digna com drones suicidas, um armazém de carga e algumas instalações civis na cidade de Porto Sudão”, disse um porta-voz do exército.

O ataque não fez vítimas, acrescentou a mesma fonte.

A cidade costeira de Porto Sudão, localizado no oeste, junto ao mar Vermelho é atualmente a capital ‘de facto’ do país, após o Governo reconhecido internacionalmente ter fugido de Cartum.

Na quinta-feira, a artilharia das RSF atingiu o palácio presidencial de Cartum, disse uma fonte do exército, no segundo ataque do género numa semana.

As RSF utilizaram “artilharia de longo alcance” a partir de al-Salha, a sul da cidade gémea de Cartum, Omdurman, disse a fonte à agência de notícias France-Presse, sob condição de não ser identificada.

Não houve registo imediato de vítimas.

Em 26 de abril, as RSF atacaram o quartel-general do comando geral do exército no centro de Cartum, também com fogo de artilharia de longo alcance, segundo uma fonte militar.

O grupo paramilitar sudanês está em guerra com as forças armadas do Sudão há dois anos.

Estes ataques ocorrem algumas semanas depois de o exército ter expulsado os rivais do centro de Cartum, que controlavam desde o início da guerra, em abril de 2023.

Numa grande ofensiva militar em março, o exército recuperou o controlo do palácio presidencial, do aeroporto e de outras zonas estratégicas da capital.

Mas as RSF continuam a deter posições no sul e no oeste da cidade de Omdurman, no centro do país, a apenas 19 quilómetros de Cartum.

A guerra no Sudão causou dezenas de milhares de mortos, desalojou 13 milhões de pessoas e provocou uma grave crise humanitária.

O conflito dividiu efetivamente o país em dois, com o exército a controlar o centro, o leste e o norte, e os paramilitares a controlarem quase todo o Darfur, no oeste do Sudão, e partes do sul.