Donald Trump disse no sábado que vai adiar por duas semanas a deportação em massa de imigrantes sem documentos, enquanto o Congresso procura soluções para os problemas nas fronteiras com o México, mas garante que o seu plano para erradicar a imigração ilegal entrará em prática “muito em breve”.

“Se as deportações começarem e, se necessário, eu encabeçarei a defesa dos nossos compatriotas nos Estados Unidos”, afirmou hoje o ministro das Relações Exteriores do México, Marcelo Ebrard, numa conferência de Imprensa no Palácio Nacional.

Ebrard esclareceu que o seu gabinete está a estudar as formas legais para enfrentar a deportação em massa anunciada por Donald Trump, que afetará muito a larga comunidade mexicana nos EUA, em colaboração com 50 consulados do México nos Estados Unidos.

“Estamos preparados para defender os mexicanos de forma eficaz nos Estados Unidos”, afirmou o ministro, que no passado fim de semana visitou o consulado em Los Angeles.

Marcelo Ebrard - que no mês passado liderou a delegação mexicana que negociou em Washington um acordo para conter a imigração ilegal e, assim, impedir Trump de impor sanções tarifárias sobre o México – disse que o plano migratório acordado com os EUA está em marcha, com milhares de tropas nas fronteiras com a Guatemala, para travar os migrantes que procuram chegar aos Estados Unidos.

O ministro disse que o reforço da Guarda Nacional nas fronteiras já começou e que os funcionários do Instituto Nacional de Migração estão a aplicar a lei mexicano, que obriga os migrantes a mostrar documentação e comprovar a sua identidade, ao procurarem entrar no país.

“A lei mexicana não aceita pessoas sem registo ou sem notificações junto da autoridade de imigração”, explicou Ebrard.

O ministro acrescentou ainda que na fronteira norte do México foram construídos 16 abrigos para hospedar migrantes que aguardam autorização de entrada nos EUA.

O plano do Governo mexicano para a migração envolve ainda um investimento de cerca de 100 milhões de euros para gerar oportunidades de emprego em El Salvador, Honduras e Guatemala – países de onde são originários muitos dos migrantes que procuram os EUA.