“Todos nós, em geral, como comunidade – e não somos os únicos, isto passa-se em outras sociedades –, estamos a descobrir que há alterações climáticas. E apesar de haver um ou outro que continua a dizer que não há, há. E essa é uma realidade nova”, afirmou Marcelo Rebelo de Sousa.
O Presidente da República falava após uma visita à Praia de Faro, que nas últimas semanas foi afetada pelo mau tempo, com ondulação forte e galgamentos do mar que causaram, entre outros estragos, a destruição de um caminho de passagem para o areal, na zona central da ilha.
“Estas alterações climáticas”, acrescentou o chefe de Estado, “provocam calamidades ou provocam situações de emergência que antigamente eram de emergência ocasional e agora passam a ser mais ou menos frequentes.”
Acompanhados pelos autarcas locais, Marcelo calcorreou a Praia de Faro, para observar de perto o rasto de estragos que o mar deixou, abordando comerciantes e falando com moradores sobre a situação.
O Presidente da República disse ter ficado “impressionado” com a repetição de um fenómeno “em prazos cada vez mais curtos, ciclos mais curtos, no mesmo sítio” e com consequências “repetidas do ponto de vista negativo”.
Marcelo avançou que a situação obrigará a intervenções, algumas já para o verão e outras “estruturais”, sublinhando que os governantes responsáveis “certamente saberão distinguir aquilo que é urgente daquilo que tem de se preparar para o futuro”.
O Presidente da República disse ainda que prevenir este tipo de fenómenos “é uma responsabilidade dos poderes públicos”, mas carece do apoio da população.
“As pessoas não podem estar à margem, porque isto diz respeito a toda a comunidade”, sustentou, pedindo a quem more ao pé da costa que respeite as medidas preventivas que serão definidas.
Segundo o presidente da Câmara Municipal de Faro, Rogério Bacalhau, o ministro do Ambiente, João Pedro Matos Fernandes, também visita o local na segunda-feira.
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