O chefe de Estado falava na Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa, no final de uma homenagem ao antigo ministro das Finanças Henrique Medina Carreira, que morreu em 03 de julho, aos 86 anos, promovida pela associação Fórum para a Competitividade.
Em declarações aos jornalistas, Marcelo Rebelo de Sousa relativizou o clima de crispação política, considerando que "a ponta final de campanha eleitoral é sempre muito emotiva", e quis deixar "um apelo para que os portugueses se não abstivessem".
No seu entender, "é importante que não haja uma subida da abstenção porque a subida da abstenção significa desinteresse", o que "é mau em qualquer eleição", mas especialmente em autárquicas: "Desinteresse em eleições que tocam naquilo que é o mais próximo que há na vida das pessoas para mim é incompreensível, não faz sentido".
O Presidente da República frisou que apelava ao voto dos portugueses, não "por causa do número", para poder dizer que "a abstenção travou", mas "porque se trata de escolher quem vai estar todos os dias presente na vida dos portugueses, ali ao lado, perto, na freguesia, no município".
"Depois, como é que eles se podem queixar, como muitas vezes se queixam, 'eu discordo dos transportes, eu discordo da escola, eu discordo da creche, eu discordo daquela obra pública', não tendo ido votar? Com que legitimidade?", questionou, lamentando essa opção: "Deitaram fora uma arma poderosíssima".
"Se não querem escolher, depois não se podem queixar da escolha que é feita pelos outros", defendeu.
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