Durante a inauguração das novas instalações do grupo Impresa, em Paço de Arcos, no concelho de Oeiras, distrito de Lisboa, o chefe de Estado foi questionado pela SIC sobre a posição assumida pelo primeiro-ministro e secretário-geral do PS, António Costa, a favor da aprovação de uma nova lei de bases com a maioria que aprovou o Serviço Nacional de Saúde (SNS).

Na resposta, Marcelo Rebelo de Sousa considerou que "é natural, a esta distância das eleições, e numa questão que permite do ponto de vista teórico-ideológico uma demarcação aparentemente fácil, que essa demarcação apareça de forma muito mais viva do que ao longo da legislatura".

"Isso é uma coisa, isso é a luta político-ideológica em termos de afirmação a poucos meses de eleições. Outra coisa é ver o articulado da lei, ver se consegue ter a flexibilidade para situações muito diferentes, e é isso que se quer: uma lei que tenha flexibilidade para situações diferentes. Vamos ver", acrescentou.

Antes, o Presidente da República referiu que tem "uma posição própria" sobre o SNS: "Na Constituinte, votei a favor de um Serviço Nacional de Saúde na Constituição. E até tenho uma razão afetiva, o meu pai [Baltazar Rebelo de Sousa], ainda na ditadura, fez parte da pré-história do SNS, porque criou os centros de saúde".

Segundo Marcelo Rebelo de Sousa, daí nasceu "uma escola" que mais tarde "apoiou muito a posição do doutor António Arnaut" na criação do SNS, em 1979.

"Portanto, eu sou um defensor do SNS. A questão não é essa. A questão é saber como é que deve ser concebido um modelo que dê para épocas de meios financeiros, para épocas de crise, que seja flexível para encarar várias situações económicas e financeiras", argumentou.

Na sua visita às novas instalações do grupo Impresa, que durou cerca de uma hora, Marcelo Rebelo de Sousa esteve sempre em direto na SIC Notícias e respondeu continuamente a perguntas de diferentes repórteres, tendo abordado novamente a questão da sua visita ao bairro Jamaica, no Seixal, distrito de Setúbal.

O chefe de Estado disse que decidiu seguir para o local ele próprio a conduzir e sem levar fotógrafo "precisamente para não haver nenhum tipo de condicionamento, nem ruído, nem barulho, nem nada".

"E a própria segurança só soube - ia no automóvel atrás - quando eu virei para o Seixal", relatou.

Sobre as fotografias que tirou com moradores que alegadamente tinham estado envolvidos em incidentes com a polícia no dia 20 de janeiro, relativizou as reações que surgiram, declarando que "foi um dirigente associativo de um de 16 dos sindicatos da PSP, não propriamente a PSP institucional" a criticá-lo.

Por outro lado, considerou que as críticas fazem parte "da lógica do mandato" e que "quem não quer estar submetido a crítica não se candidata a lugares políticos".

No final, fez uma intervenção em que lembrou "com saudade" os tempos da formação do Expresso e elogiou e agradeceu ao presidente do grupo Impresa, Francisco Pinto Balsemão, pelo seu percurso na comunicação social e pelo seu contributo para a democracia, fazendo votos para que o dia de hoje represente o início de "um ciclo de muitos anos".


Notícia atualizada às 21:28