O chefe de Estado, que chegou hoje à Grécia para uma visita de Estado de dois dias e meio, falava durante uma receção à comunidade portuguesa neste país, no salão de um hotel na Praça Syntagma, no centro de Atenas.
Sobre as relações bilaterais, Marcelo Rebelo de Sousa afirmou que "não podem ser melhores", com "uma relação fraternal de uma amizade já antiga entre os dois chefes de Estado" e "um relacionamento muito próximo entre os governos, a nível dos seus primeiros-ministros e de vários membros dos governos".
De acordo com o Presidente da República, tem havido "uma evolução muito, muito positiva, a todos os níveis", no relacionamento entre Portugal e a Grécia, "e vão ser dados passos importantes em termos de reforço da língua portuguesa aqui na Grécia, nomeadamente no plano universitário".
"São muito boas as notícias que conhecem de Portugal. São francamente boas as notícias da amizade e do relacionamento entre os bons países. E são também boas as perspetivas que existem em relação ao Estado e ao povo amigos da Grécia", sintetizou, numa intervenção de cerca de dez minutos, perante perto de 200 pessoas.
Relativamente à situação nacional, Marcelo Rebelo de Sousa disse que "Portugal, saindo de uma crise profunda, apresenta indicadores financeiros, mas também económicos, mas também sociais que são reconhecidos por todos - pela União Europeia, mas por todos aqueles que dentro e fora acompanham a evolução portuguesa".
"Estamos perante um processo virtuoso. Não vos falo de outras conquistas que são públicas e notórias, não vos falo da eleição do secretário-geral das Nações Unidas, não vos falo do presidente do Eurogrupo, não vos recordo a vitória nos campeonatos da Europa de futebol e agora recentemente de futsal, nem a vitória no Festival da Eurovisão, nem os óscares conquistados no turismo", prosseguiu.
Segundo o Presidente da República, Portugal é "exemplo de estabilidade política, com um sistema político estável, com um controlo financeiro interno e externo, com um crescimento económico acompanhado também do crescimento do emprego, e tudo isso naturalmente que é muito positivo".
"Mas devo reconhecer que também a Grécia está num processo feito com o mérito do povo grego, e dos seus responsáveis, bem entendido, e que é um processo que se espera que possa vir a culminar dentro de meses na passagem a outra fase, uma fase importante para a economia, para as finanças, para a sociedade e para o povo amigo da Grécia", acrescentou.
No seu entender, por isso, a sua visita de Estado à Grécia "calha num bom momento".
"Por vezes, estas visitas calham em momentos em que nem todas as notícias são boas", observou.
O chefe de Estado descreveu a comunidade portuguesa na Grécia, que é composta por cerca de 600 pessoas, como "uma comunidade de empreendedores, uma comunidade muito viva", e congratulou-se por ser "maioritariamente feminina".
Dirigindo-se aos seus representantes presentes nesta cerimónia, declarou: "Como também sabem, tem havido um relacionamento muito próximo entre os governos, a nível dos seus primeiros-ministros e de vários membros dos governos. Há dias, esteve a senhora ministra do Trabalho grega em Portugal e têm-se sucedido os contactos bilaterais".
Marcelo Rebelo de Sousa disse-lhes que tem com o Presidente da Grécia, Prokopios Pavlopoulos, "uma relação fraternal de uma amizade já antiga", sendo ambos professores de direito constitucional e colegas no grupo europeu de direito público.
"As cumplicidades pessoais e as amizades de longa data têm o seu contributo no relacionamento político", assinalou.
O Presidente da República chegou hoje pelas 17:45 locais (15:45 em Lisboa) ao Aeroporto Internacional, onde foi recebido pelo ministro da Marinha Mercante e das Políticas Insulares, Panagiotis kouroumplis.
Acompanham-no nesta visita de Estado à Grécia o ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, e pelos deputados Amadeu Albergaria, do PSD, Sofia Araújo, do PS, Álvaro Castelo Branco, do CDS-PP, Paulo Sá, do PCP, e José Manuel Pureza, do BE, que é vice-presidente da Assembleia da República.
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