A trasladação do corpo começou às 09h00 locais (menos uma hora em Lisboa), cumprindo vários momentos de oração e ritos associados a este momento solene. O libreto da celebração pode ser consultado aqui.

Como é costume nestas celebrações, as orações e cânticos foram proferidos em latim. Logo no início, como é habitual nas exéquias cristãs, o corpo do Papa Francisco foi aspergido com água benta, enquanto o coro cantava. Posteriormente, o cortejo fúnebre saiu para o exterior.

À passagem e na chegada à entrada da basílica, os fiéis presentes na Praça de São Pedro bateram palmas. O coro cantava a ladainha dos santos.

No interior da Basílica de São Pedro, o caixão do Papa Francisco foi colocado em frente ao Altar da Confissão, onde prosseguiu a cerimónia, que terminou com a entoação da Salvé Rainha.

Muitos dos cardeais já estão presentes em Roma. As imagens divulgadas pelo Vaticano mostram os quatro portugueses eleitores — D. Tolentino Mendonça, D. Manuel Clemente, D. Américo Aguiar e D. António Marto — na celebração. No final, todos os elementos do clero passaram em frente à urna do Papa para prestar homenagem.

Os restos mortais de Francisco, que morreu na segunda-feira aos 88 anos vítima de um AVC, tem estado em câmara ardente na capela da Casa de Santa Marta, residência do Papa desde a sua eleição em 2013.

O cardeal camerlengo Kevin Farrell, que assume a administração do Vaticano até à eleição do novo Papa, teve um papel fundamental na cerimónia, presidindo à Liturgia da Palavra.

Fiéis enchem Vaticano

O funeral do Papa Francisco está marcado para o próximo sábado de manhã no Vaticano, com a presença confirmada de vários líderes mundiais.

Mais de 200 mil pessoas são esperadas na Praça de São Pedro, no sábado, para assistir ao funeral do pontífice, segundo uma estimativa avançada pelas autoridades autárquicas de Roma.

Contudo, alguns milhares de fiéis começaram hoje a encher a Praça de São Pedro, Roma.

“Vim mais cedo, mas esperava mais gente”, afirmou Constança, uma freira brasileira que foi das primeiras a chegar ao recinto.

Em redor, um grande dispositivo policial vigia todas as ruas adjacentes, com inspeções de bagagens, sob a vigilância atenta de centenas de polícias militares.

“É um momento sempre tenso, não estamos preocupados, mas estamos preparados”, disse à Lusa uma inspetora da polícia criminal.

Várias equipas de jornalistas espalham-se também nas zonas adjacentes da Praça.

Na praça, nos lugares sentados, misturam-se peregrinos, religiosos e turistas ateus. “Vim a Roma de visita, a minha mãe é que crê, não eu”, explica Kevin Leroy, um norte-americano que está sentado numa das cadeiras defronte da basílica de São Pedro.

“Mas se vim cá e há isto, tinha de vir”, disse, pouco depois de ter tirado uma ‘selfie’ com a igreja de fundo.

O Papa Francisco morreu na segunda-feira aos 88 anos, de acidente vascular cerebral (AVC), após 12 anos de pontificado.

Nascido em Buenos Aires, a 17 de dezembro de 1936, Francisco foi o primeiro jesuíta e primeiro latino-americano a chegar à liderança da Igreja Católica.

A sua última aparição pública foi no domingo de Páscoa, no Vaticano, na véspera de morrer. O papa Francisco esteve internado durante 38 dias devido a uma pneumonia bilateral, tendo tido alta em 23 de março.