"Eis um tema a que regressarei passado este tempo eleitoral, e ouvidos os partidos e parceiros económicos e sociais. Importa ver longe e com sentido do essencial", afirmou Marcelo Rebelo de Sousa.
O chefe de Estado falava na Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa, durante uma homenagem ao antigo ministro das Finanças Henrique Medina Carreira, que morreu em 03 de julho, aos 86 anos, promovida pela associação Fórum para a Competitividade.
Perante o governador do Banco de Portugal, Carlos Costa, e a presidente do Conselho de Finanças Públicas, Teodora Cardoso, o Presidente da República disse que o melhor modo de testemunhar o reconhecimento de Portugal a Medina Carreira é lembrar o desafio de "crescer mais e sustentadamente".
"E, com esse crescimento, com o controlo atento e sistemático das finanças públicas, com a criteriosa gestão dos custos da dívida e a abertura a novos compradores, facilitada pela recente perceção dos mercados financeiros, reduzir de forma consistente os encargos de uma tão pesada dívida como é a dívida pública portuguesa", prosseguiu.
Marcelo Rebelo de Sousa defendeu que "o crescimento supõe aposta no investimento e nas exportações, bem como mudanças claras na organização e postura dos poderes públicos" - que não especificou - "e, claro, atenção à coesão social".
"O desafio é mais do que financista, é mais do economista, é mais do que sociologista: é político e é global", considerou, acrescentando que implica "otimismo realista" e exige "convergências, superando as tentações dos cada vez mais curtos ciclos eleitorais, em que mal se sai de uma eleição logo se chega nas seguintes".
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