Uma multidão de manifestantes juntou-se junto ao parque Chater, na zona financeira central, palco de muitos outros eventos antigovernamentais nos últimos dois meses.
Os manifestantes empunham bandeiras norte-americanas, com centenas de milhares de pessoas a reclamar e pressionar o Congresso norte-americano para que aprove uma lei que defenda a autonomia de Hong Kong da China.
Alguns manifestantes cantaram o hino norte-americano “The Star — Spangled Banner”, agitando bandeiras americanas e segurando uma larga faixa azul e branca de dizia: “Presidente Trump, por favor, liberte Hong Kong”.
“Resiste a Pequim”, gritava a multidão em inglês, “Libertem Hong Kong”.
Poucas horas depois, alguns manifestantes na periferia partiram janelas e vandalizaram as máquinas de vendas de bilhetes e as escadas rolantes na Estação Central do metro, um centro vital de passagem, tendo a polícia de choque feito algumas detenções enquanto patrulhavam os corredores da estação.
Este foi o primeiro ato massivo para pedir ajuda aos Estados Unidos desde que começou o movimento de protesto antigovernamental em Hong Kong, em inícios de junho, e que acontece em véspera do congresso norte-americano regressar à atividade depois da paragem de verão.
Os manifestantes esperam que os legisladores aprovem a citada Acta, que exige a Washington certifique de forma anual se Hong Kong continua autónomo do resto da China. Caso não seja assim, a cidade perderia alguns privilégios comerciais com os Estados Unidos.
Outra parte importante da proposta é a possibilidade de congelar os ativos nos Estados Unidos dos cargos governamentais que reprimem a democracia, os direitos humanos ou as liberdades dos cidadãos, ou o que proíbe a entrada no país.
Hong Kong, antiga colónia britânica, está a atravessar a sua pior crise política desde a sua transferência para as autoridades chinesas em 1997.
Nos últimos três meses, o território tem sido palco de manifestações pró-democracia quase diárias que muitas vezes têm degenerado em confrontos entre as forças policiais e ativistas mais radicais.
Iniciada em junho contra um projeto-lei de alteração, entretanto anulado, à lei da extradição (que visava permitir extradições para Pequim), a contestação nas ruas generalizou-se e ampliou as suas reivindicações, denunciando agora o que os manifestantes afirmam ser uma “erosão das liberdades” e uma ingerência da China nos assuntos internos daquele território.
Na terça-feira, o movimento pró-democracia que tem liderado os protestos em Hong Kong lançou uma petição para exigir ao Governo do território que submeta um relatório sobre direitos humanos na ONU até 28 de setembro.
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