“Liberdade para os presos políticos”, gritam milhares de manifestantes, nas ruas da capital da região espanhola da Catalunha.
“Como não podem decapitar o separatismo — como desejou a vice-presidente do governo espanhol, Soraya Saenz de Santamaria –, tentam fazê-lo pela via judicial”, afirmou Roser Urgelles, uma professora de 59 anos.
“Eles precisam de demonstrar que houve violência para executar as sentenças que eles querem, então inventam, mas vamos continuar a manifestar-nos pacificamente”, acrescentou.
Como ela, milhares de manifestantes usavam uma fita amarela em solidariedade para com os separatistas detidos, um sinal que o ministro da Justiça, Rafael Catala, considerou recentemente “insultuosos”, alegando que com isso querem dizer que “há presos políticos na prisão em Espanha quando há é políticos presos”.
O protesto foi convocado por uma plataforma criada em março para “defender as instituições catalãs” e “os direitos e liberdades fundamentais” dos cidadãos.
O facto de dois grandes sindicatos, Comisiones Obrerase e UGT, se terem juntado à iniciativa, juntamente com as associações separatistas Assemblea Nacional Catalana e Omnium, provocou fortes protestos entre os seus membros que não defendem a independência.
“Houve tensões [entre os sindicalizados] como em toda a sociedade catalã”, admitiu no sábado o secretário-geral da UGT na Catalunha, Camil Ros, entrevistado pela AFP.
“Mas esta não é uma manifestação independentista”, disse Ros, considerando que “é hora de construir pontes” para um problema que “não deve ser resolvido nos tribunais, mas através do diálogo e da política”.
Numa região muito dividida sobre a questão da independência, esta mobilização ocorre dez dias após ter sido libertado o ex-presidente independentista catalão Carles Puigdemont na Alemanha, onde um tribunal considerou que as acusações de “rebelião” não estão suportadas.
No entanto, magistrados espanhóis enviaram na quinta-feira aos seus colegas alemães elementos para provar a existência de “violência justificando a rebelião” de acordo com Madrid, na esperança de obter a extradição de Puigdemont para Espanha por este motivo.
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