Mamadou Ba, dirigente do SOS Racismo, anunciou esta segunda-feira, 25 de novembro, a sua desvinculação do Bloco de Esquerda, partido liderado por Catarina Martins.
“A ligação com o BE, que hoje termina, dura desde da sua fundação e, nesses 20 anos, para além da militância, partilhei responsabilidades coletivas enquanto membro da Mesa Nacional, da Comissão de Direitos e da Coordenadora Concelhia de Lisboa. Formalizo hoje a minha desvinculação do Bloco depois de uma decisão tomada em janeiro deste ano, no rescaldo dos acontecimentos do Bairro Jamaica”, lê-se num breve comunicado de Mamadou Ba.
A desvinculação “resulta de uma profunda divergência, pois o que renego não é o projeto que deu origem ao BE, mas no que o partido se tornou ao longo do tempo”, refere a nota.
“Continuarei empenhado na luta política a partir da mobilização social e da militância antirracista”, prometeu.
O ex-assessor sai na sequência das polémicas declarações que fez depois dos confrontos no Bairro da Jamaica, no Seixal.
À data o dirigente da SOS Racismo e assessor do BE Mamadou Ba publicou um texto na rede social Facebook em que fala da "violência policial" no bairro da Jamaica, no Seixal, e dos confrontos na segunda-feira em Lisboa, referindo-se à polícia como "a bosta da bófia".
"Sobre a violência policial, que um gajo tenha de aguentar a bosta da bófia e da facho esfera é uma coisa, é natural, agora levar com sermões idiotas de pseudo radicais iluminados é já um tanto cansativo, carago", escreveu na altura Mamadou Ba.
O Ministério Público (MP) deduziu acusação contra uma família, mãe e três filhos, e um agente da PSP, no processo relativo aos confrontos entre moradores e polícias ocorridos no Bairro da Jamaica.
O polícia, de 34 anos, foi acusado de um crime de ofensas à integridade física simples, enquanto a mulher, de 53, responde por um crime de resistência e coação.
Um dos filhos, de 32 anos, responde por nove crimes (dois de resistência e coação e sete de injúria agravada) e outro, de 34 anos, está acusado de oito crimes: dois de resistência e coação, dois de ofensa à integridade física qualificada, um de dano, um de introdução em lugar vedado ao público e dois crimes de ameaça agravada.
A filha, de 25 anos, foi acusada de seis crimes: dois de resistência e coação, um de dano, um de introdução em lugar vedado ao público e de dois de ameaça agravada.
Contactado pela Lusa, o gabinete de imprensa bloquista recusou fazer qualquer comentário a esta demissão.
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