“Estamos perante grandes ameaças e não podemos deixar que outros decidam por nós”, afirmou, na cerimónia em que recebeu o prémio europeu Carlos Magno, na presença da chanceler alemã, Angela Merkel, em Aachen, na Alemanha.
“Se nós aceitarmos que outras grandes potências, incluindo aliados e incluindo amigos nas horas mais difíceis da nossa história, se coloquem em posição de decidir por nós a nossa diplomacia, a nossa segurança, às vezes fazendo com que corramos os piores riscos, então deixaremos de ser soberanos”, considerou Macron.
O Presidente francês acrescentou: “Nós fizemos a escolha de construir a paz e a estabilidade no Próximo e no Médio Oriente. Outras potências, tão soberanas quanto nós, decidiram não respeitar a sua própria palavra. Devemos renunciar por isso às nossas próprias escolhas?”, questionou.
Emmanuel Macron nunca referiu o nome do Presidente norte-americano, com quem o chefe de Estado francês exibiu uma grande proximidade pessoal, durante a sua recente deslocação a Washington.
Donald Trump anunciou na terça-feira passada a saída dos Estados Unidos da América do acordo nuclear com o Irão, assinado em 2015, através do qual Teerão concordou reduzir o seu programa nuclear, mediante o levantamento de algumas sanções internacionais.
A administração norte-americana escolheu a opção mais radical, restaurando todas as sanções que haviam sido levantadas, mas a decisão também força empresas estrangeiras, incluindo as europeias, a escolher rapidamente se querem fazer negócios com o Irão ou com os Estados Unidos.
Em defesa do que chamou “soberania europeia”, Macron considerou que esse objetivo deve “fazer da Europa uma potência geopolítica, comercial, climática, económica, alimentar e diplomática”.
Macron foi hoje distinguido com o prémio Carlos Magno “pela sua visão de uma nova Europa” e a sua “atitude firme” contra o nacionalismo e o isolacionismo.
Na cerimónia, a chanceler alemã, Angela Merkel, elogiou os esforços de Macron para reformar a França e as suas ambições de reformar a União Europeia.
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