“Estamos a vender o dobro desde que a Rainha morreu”, disse à Lusa o gerente de uma loja em Picadilly Circus, um dos pontos mais movimentados de Londres.
Noutra loja do género dentro da estação de comboios de Paddington, venderam-se no sábado “todas as canecas do jubileu que restavam”, cerca de 50, e agora só já há uma meia dúzia de bandeiras e de pratos de louça.
Numa loja em frente da mesma estação, também está quase tudo esgotado e o gerente diz à Lusa que só no sábado se venderam aqui, noutro estabelecimento do grupo perto do Museu Britânico e na página que têm na internet 1.000 “dancing queen”, uma bonequinha de plástico que reproduz Isabel II, coroada, e que dança alimentada por energia solar.
Também em Westminster, ao lado da entrada do metro de Embankment, as vendas estão “muito melhor que a seguir ao jubileu”, em junho passado, quando se celebraram os 70 anos de reinado de Isabel II.
Em todas as lojas estão a esgotar-se os ‘stocks’ e em todas aquelas por que a Lusa passou os gerentes dizem que as novas recordações, já com alusão à morte de Isabel II, vão chegar a partir de segunda-feira, a tempo das cerimónias de homenagem e fúnebres previstas para Londres.
“Nesses dias, esperamos vender mais, há muitas pessoas que vêm de todas os pontos do país, as pessoas gostam de comprar estas recordações”, disse o gerente da loja em Westminster, localizada num ponto de passagem de milhares e turistas e londrinos.
Nesta loja, para já, os clientes têm de se contentar com as últimas prateleiras de recordações do jubileu e aquilo que está a sair mais são “brincos e ímanes”, enquanto em Picadilly a preferência dos clientes são as pequenas bandeiras com a cara da Rainha.
Se Isabel II não tivesse morrido, Alejandra Majluf, uma turista chilena de 52 anos, só levaria para casa “um porta-chaves ou uma recordação do género”, mas acabou por comprar um guarda-joias de louça, com a cara da Rainha pintada, na loja de Westminster.
“Com a série ‘The Crown’ fiquei a conhecer melhor a vida dela e agora sinto muita pena que tenha morrido, sinto que era uma pessoa muito próxima”, diz à Lusa, para justificar a compra.
Isabel II morreu com 96 anos, mas a sua morte foi inesperada, uma vez que dois dias antes tinha recebido o então primeiro-ministro Boris Johnson e indigitado a nova chefe do Governo, Liz Truss, tendo sido divulgadas publicamente imagens desses momentos, em que a monarca surgia de pé, apoiada numa bengala, e sorridente.
O agravamento do seu estado de saúde só foi anunciado poucas horas antes da morte.
O funeral de Estado da Rainha Isabel II será no dia 19 de setembro na Abadia de Westminster, em Londres, tendo já sido anunciado que será feriado.
Antes do funeral, o caixão estará no Salão de Westminster [Westminster Hall] durante quatro dias, podendo a população deslocar-se ao local para homenagear a monarca.
A Rainha morreu no castelo de Balmoral, na Escócia, e o corpo vai estar a partir de hoje em Edimburgo, até ser transportado para Londres, na terça-feira.
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