Num comunicado, a coligação centrista dirigida por Benny Gantz acusou o Likud (direita, no poder) de “continuar entrincheirado” nas suas posições: exigir que o seu líder Benjamin Netanyahu permaneça como primeiro-ministro e que o governo inclua os seus aliados habituais, os partidos ultraortodoxos e a direita nacionalista religiosa do Yamina.
“Desde o início ficou claro que o Azul e Branco não aceitaria estas condições”, assinala a nota, adiantando que o Likud quer “arrastar Israel para umas terceiras eleições” apenas devido aos interesses de Netanyahu.
As declarações surgem após a primeira reunião entre os dois partidos depois de o presidente israelita, Reuven Rivlin, ter encarregado Benjamin Netanyahu de formar governo.
Segundo o jornal Haaretz, apesar dos desencontros, as partes voltarão a reunir-se no domingo. Netanyahu tem seis semanas para constituir um executivo.
Nas eleições do passado dia 17, o Azul e Branco conseguiu 33 lugares e o Likud 32, tendo Netanyahu obtido o apoio de 55 deputados e Gantz o de 54, ambos aquém dos 61 necessários para conseguir uma maioria absoluta no parlamento (Knesset, 120 lugares).
Após as legislativas de abril, a impossibilidade de Netanyahu conseguir uma coligação governamental levou à dissolução do Knesset e à “repetição” da votação este mês.
Rivlin, que prometeu tudo fazer para evitar uma terceira eleição, tem tentado aproximar posições.
Para a próxima semana está marcada a audição com o procurador-geral israelita na qual Netanyahu deve ser acusado formalmente de corrupção.
Gantz já tinha afirmado que recusa participar num governo dirigido por um primeiro-ministro ameaçado de ser indiciado pela justiça.
Duas sondagens publicadas hoje revelam que pelo menos metade da população israelita quer um governo de união com o Likud e o Azul e Branco.
Segundo o inquérito de opinião divulgado pela televisão pública Kan, 50,6% dos israelitas apoiam aquela opção, bem como que esse executivo conte com uma chefia rotativa entre Netanyahu e Gantz.
Na sondagem divulgada pelo jornal Israel Hayom, a percentagem de partidários de um governo de união é ainda mais alta, 63%.
A sondagem do Israel Hayom indica que 29% apostam numa coligação entre o Likud, o Azul e Branco e o Israel Beiteinu (direita nacionalista secular), de Avigdor Lieberman, enquanto 25% preferem um executivo mais amplo que integre, além dos dois primeiros, outros partidos de esquerda e os ultraortodoxos.
Comentários