“A eleição federal trouxe uma derrota para o FDP, mas, esperançosamente, um novo começo para a Alemanha. Foi por isso que lutei”, declarou Lindner na rede social X.

“Agora vou retirar-me da política ativa. Com apenas um sentimento: gratidão por quase 25 anos intensos, desafiadores e cheios de projetos e debate”, referiu ainda.

Quando estão apurados 182 dos 299 círculos eleitorais alemãs, cerca das 23:20 locais (menos uma hora em Lisboa), o FPD tem 4,4% dos votos, abaixo do limiar dos 5% para entrar no Bundestag (câmara baixa do parlamento alemão), e zero mandatos atribuídos.

Numa declaração anterior, Lindner tinha reconhecido a derrota do seu partido.

“É uma derrota para os Liberais Democratas, mas não é uma derrota para o liberalismo político”, afirmou Lindner, antigo ministro das Finanças que se incompatibilizou com o antigo chanceler, Olaf Scholz, e cuja demissão em novembro levou à dissolução da coligação governamental, antecipando as eleições legislativas em cerca de sete meses.

“A partir de amanhã [segunda-feira], voltaremos a erguer a bandeira dos Liberais Democratas, seja ela qual for”, sublinhou Lindner, acrescentando que “os Liberais Democratas fazem parte desta república, porque o liberalismo político faz parte desta república”.

O antigo ministro agradeceu também aos voluntários do partido e garantiu-lhes que não foram responsáveis pelo resultado.

“Não fomos capazes de demonstrar os êxitos que tivemos na coligação” entre os sociais-democratas, os verdes e os liberais, “nem as razões do seu fracasso”, disse, referindo-se à dissolução do governo, formado por uma coligação tripartida, em novembro passado, provocada pela sua demissão como ministro das Finanças e pela saída de dois dos outros três ministros liberais.

As projeções das sondagens à boca das urnas publicadas pelas televisões públicas ARD e ZDF deixam os liberais fora do parlamento, com 4,9% dos votos.

De acordo com as projeções, o bloco conservador, formado pela União Democrata-Cristã (CDU) e pela congénere bávara União Social-Cristã (CSU), venceu as eleições com cerca de 29% dos votos, seguido pelo partido de extrema-direita Alternativa para a Alemanha (AfD), que quase duplicou a sua votação de 2021, para 19,5%.

O Partido Social-Democrata (SPD), do chanceler cessante Olaf Scholz, terá obtido cerca de 16%, enquanto os Verdes, parceiro de coligação, tiveram entre 12,4 e 13% dos votos. A Esquerda (Die Linke) terá alcançado cerca de 8,5%, acima dos 4,9% de 2012.