As declarações do líder dos mercenários, Yevgeny Prigozhin, prejudicaram ainda mais as relações já tensas entre o grupo Wagner e o exército russo.
As tensões aumentaram nas últimas semanas com a batalha por Bakhmut, no leste, onde ocorre a luta mais longa desde o início da ofensiva russa em 24 de fevereiro.
Tanto o exército quanto o grupo Wagner reivindicavam avanços em torno desta cidade, por vezes contradizendo-se.
"O chefe do Estado-Maior e o ministro da Defesa estão a dar ordens em todos os lugares não apenas para não entregar munição ao grupo paramilitar Wagner, mas também para não ajudar em termos de transporte aéreo", criticou Prigozhin numa mensagem de áudio no Telegram.
"Há uma oposição frontal, que nada mais é do que uma tentativa de destruir (o grupo) Wagner. Pode ser assimilada a uma traição à pátria, num momento em que o Wagner luta para [conquistar] Bakhmut e sofre centenas de baixas todos os dias", acrescentou.
O Ministério da Defesa da Rússia respondeu num comunicado com uma lista detalhada de suprimentos de munição entregues aos "voluntários" russos, como é chamado o grupo Wagner.
"Todos os pedidos de munição para unidades de ataque são entregues o mais rápido possível", acrescentou o ministério, que prometeu novos suprimentos no sábado e denunciou que é "absolutamente falso" que os suprimentos estejam diminuindo.
O ministério voltou a elogiar a "coragem" e a "abnegação" dos "voluntários" combatentes russos e criticou as "intenções de dividir", que são "contraproducentes e só ajudam o inimigo".
As tensões entre os dois ilustram as dificuldades enfrentadas pelas forças russas no terreno, poucos dias antes do primeiro aniversário da entrada das tropas de Moscovo na Ucrânia.
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