“O único prémio ao qual aspiramos é o da [paz com a justiça social por uma Colômbia sem paramilitares, sem represálias nem mentiras], assinalou no Twitter, concluindo a sua mensagem com a palavra-chave [paz na rua].
Rodrigo Londoño, mais conhecido pelo nome de guerra “Timoleón Jiménez” ou “Timochenko”, falava em Havana, o local das negociações de paz durante cerca de quatro anos entre o governo e as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia-Exército Popular (FARC-EP, marxistas), e após a guerrilha ter sido excluída da atribuição.
“Timochenko” regressou à capital cubana após a assinatura em 26 de setembro do acordo de paz histórico com o Presidente Juan Manuel Santos, que decorreu na cidade colombiana de Cartagena das Índias (norte).
Ao contrário de todas as previsões, o acordo foi de seguida rejeitado na sequência do referendo realizado domingo com uma forte abstenção de 62%, motivando novas incertezas no desfecho do processo de paz.
Em declarações divulgadas pela agência noticiosa France-Presse, o conselheiro jurídico das FARC, Enrique Santiago, considerou no entanto que a atribuição do Nobel a Santos constitui “um apoio forte e incontestável à paz na Colômbia".
“É um apoio forte e incontestável à paz na Colômbia, nos termos do que foi negociados nos últimos quatro anos” entre as duas partes, disse numa entrevista por telefone à rádio Caracol, a partir de Madrid.
“É uma enorme notícia que significa que a comunidade internacional não apenas apoia o processo de paz (…) mas considera-o como um modelo a seguir”, acrescentou o advogado espanhol, que aconselhou a guerrilha durante todo o processo negocial iniciado em 2012.
O jurista assinalou ainda que o Nobel é um reconhecimento das conversações “que foram exemplares porque colocaram as vítimas no primeiro plano” e considerou que “o laureado é o Presidente, como um símbolo”, mas “o prémio foi atribuído aos que trabalharam pela paz, e não aos que a tornaram difícil”.
Ao longo de mais de 50 anos, o complexo conflito armado colombiano implicou as FARC-EP, formadas em 1964 na sequência de uma revolta camponesa, e outras guerrilhas de extrema-esquerda, milícias paramilitares de extrema-direita e as forças armadas.
A violência causou mais de 260 mil mortos, 45 mil desaparecidos e 6,9 milhões de deslocados.
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