Como tem sido hábito nesta campanha para as legislativas, Catarina Martins começou o dia numa feira, desta vez em Vila de Prado, no distrito de Braga, tendo, em declarações aos jornalistas no final, recusado “fazer a campanha sempre a comentar cada uma das declarações” dos seus adversários porque senão não se fala das propostas que cada partido tem para o país, o que considera ser o fundamental para as pessoas.
“Já se percebeu - e ainda bem que eu fiz esse desafio - que vai ser preciso conversar no dia 31 de janeiro, já se percebeu que vai ser preciso negociar qual será o governo da próxima legislatura, vai ser preciso negociar orçamentos e um contrato para o país que responda aos problemas das pessoas. Falemos agora das propostas”, afirmou.
Confrontada sobre as sondagens que dão o PSD à frente ao PS, a líder bloquista mantém o “respeito pelo trabalho da comunicação social e das sondagens”, mas reitera que “o que conta é ir votar”.
“E às vezes, se discutimos as sondagens, até parece que alguma coisa está decidida antes de estar. As pessoas estão a criar a sua opinião ao longo da campanha”, afirmou.
Questionada sobre se antevê o risco de a esquerda perder maioria no parlamento, Catarina Martins respondeu com um apelo: “se a esquerda votar, seguramente que a direita não será governo”.
Avisando que “a direita tem um projeto de destruição do país”, Catarina Martins compreende “a imensa desilusão de tanta gente que viu nos últimos dois anos o Governo a prometer uma coisa e fazer outra sucessivas vezes”.
“Sabemos que há tanta gente que sabe que não pode continuar assim, mas não é a direita que vai resolver. A direita só vai criar mais problemas em cima dos problemas. A resposta estará na força à esquerda e na força do BE para condicionar um contrato de Governo para uma legislatura que responda pela saúde, salário, pensão, habitação”, enfatizou.
Para a dirigente do BE “a maioria de esquerda é uma maioria no país”.
Sobre o facto de Zé Albino, o gato do líder do PSD, Rui Rio, ter dominado a troca de argumentos entre os dois maiores partidos na quarta-feira, Catarina Martins insistiu que “há partidos que têm um problema” que é o facto de não poderem “dizer qual é o seu programa eleitoral”.
“A direita não pode falar do seu programa. A direita tem um projeto de poder que é o projeto de poder dos grandes grupos privados da saúde ou das seguradoras privadas e, portanto, prefere falar de gatos. É gato escondido com o rabo de fora”, reiterou.
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